Quando escrevo não gosto de barulho. O ruído externo incomoda a melodiosa sinfonia das sinapses neurais no ir e vir de reações químicas e micro-correntes elétricas do meu pensamento voltaico.
Quando escrevo faço uso de papel e caneta. Sou de uma geração que aprendeu a escrever não diante de uma tela de computador, mas utilizando folhas brancas alcalinas. Se tento escrever usando o teclado, trava-me a mão pelo tropeças da mente.
Quando escrevo não fico matutando, maturando ou pensando muito no que escrever, no como escrever ou que palavras devo utilizar. Deixo fluir o pensamento na dinâmica galopante das idéias, palavras, frases.
Quando escrevo faço com paixão e intensidade pois sei que o meu escrever há de encontrar-se com o seu ler. Que este encontro então seja um bom encontro do seu querer com o meu dispor.
Quando escrevo, sou você.
Quando você lê, sou eu.
2 comentários:
Profundo! é isso aí. Acho que meu eu entendeu o seu no seu entendimento do meu... valeu!!
Ricardinho
Puxa! Que bonito esse poema!
Realmente proporciona um bom encontro; que suas cultas e provocantes palavras continuem a nos inspirar, querido poeta. Embora creio que, de acordo com a nossa realidade, as más e desprezíveis palavras também virão. Que venham! Sabemos que faz parte.
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