terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ASSIM NA TERRA, COMO NO CÉU

Já pensou no que você aprendeu nestes últimos 365 dias?

Por certo, alguns de nós, inclusive eu mesmo, reservamos tempo para, no crepúsculo de mais um ano, ponderarmos sobre o que queremos fazer diferente ou fazer melhor no próximo ano.

Este ano, agora falo em primeira pessoa, aprendi muita coisa; mas muita coisa é muito genérico e acaba que o muito não diz nada e muito passa a ser o mesmo que nada, o mesmo que coisa nenhuma. Sem a barreira da consciência digo que o mais importante aprendizado foi o de perdoar. Não falo de perdoar passivamente, isto é, perdoar a quem pede o meu perdão, falo de oferecer perdão, de forma ativa, sem esperar que me peçam.

Fiquei mais leve, mais tranqüilo. Voltei a sorrir com a alma. Descobri e entendi que oferecer perdão é terapêutico, reconciliador, apaziguador e altamente promotor do bem-estar.

Que 2009 traga os já famosos votos, desejos e anseios de paz, amor, felicidade, sucesso, saúde e todas as outras coisas boas que desejamos, queremos e almejamos. Mas, que o maior de todos os presentes seja o exercício do perdão. “... assim como nós perdoamos...”

Feliz 2009!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

BALANÇO VITAL

Neste ano, muita coisa boa, outras nem tão boas assim, aconteceram comigo.

Começando pelas nem tão boas assim:
01. Não sucesso (para não dizer fracasso) na vida sentimental – isso está ficando corriqueiro;
02. Distanciamento de amigos;
03. A ponte sobre o abismo ruiu;
04. Mudei de cidade;
05. Meu Vasco da Gama não foi feliz; nem eu;
06. A São Silvestre foi só um sonho; eles cobram para participar – juro que não sabia di$$o;

Agora as coisas boas:
01. Mudei de cidade;
02. Fiz novos amigos;
03. Meu São Paulo foi feliz e eu também;
04. Consegui manter o blog;
05. Fiz e reforcei vínculos através do blog;
06. Aprendi a perdoar – oferecer perdão;
07. Fui perdoado;
08. Consegui novo trabalho, melhor remunerado;
09. Engordei alguns quilos
10. Ganhei meu primeiro prêmio “literário”

Obrigado 2008!

Bem vindo 2009!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

7 DIAS PARA O NATAL

Pouco falta para a celebração cristã que marca, assim reza a tradição, o nascimento, a encarnação do Filho de Deus, Emanuel, entre os homens de boa-vontade.

Estou no centro, dentro de um centro comercial; já comprei presentes e lembranças e enquanto espero o tempo passar, observo.

Ei, moço, você viu o menino?

Está é a pergunta que escuto e parece que foi feita a alguém perto de mim. Então minha atenção é desperta para o que acontece ao meu redor.

Vejo muita gente apressada e ansiosa por comprar. Alguns estão tão carregados de sacolas, embrulhos e presentes que se assentam onde lhes é possível e esperam as forças e o vigor e o entusiasmo retornarem para que possam, de fato retornarem mas não para suas casas; retornarem para mais compras, mais sacolas, embrulhos e presentes. Há muita gente nervosa, irritada ao meu redor. Clientes insatisfeitos por não terem encontrado o presente material ideal, vendedores incomodados por terem de suportar a total ausência do chamado espírito natalino justamente nesta época em que esta sensação e suas ilações deveriam ser mais freqüentes, constantes, recorrentes.

Ei mocinha, você viu o menino?

Giro meu corpo para o rumo de onde escuto a pergunta e o que observo é um senhor de barba branca e roupa vermelha, existem algumas crianças ao redor dele, o tal menino perdido deve estar por lá. Enquanto vejo se meus olhos identificam alguma criança perdida percebo que próximo ao bom-velhinho há figuras de renas enfileiradas, há um saco de tecido vermelho e dele parece transbordar vários pacotes finamente embrulhados e decorados, há uma árvore – e pasme, de verdade – logo atrás da cadeira onde se assenta o vovô de barbinha branca. Há inúmeros e variados enfeites, cores, luzes. Tudo é tão lindo! O disparar de um flash fotográfico tira-me de meu transe platônico-natalino.

Hei senhor! Você viu o menino?

No ambiente, como se não bastasse o aflorar das pessoas chegando e com ele o aumento do vozerio por conta das conversas, dos encontros, dos risos, choros e gritos, há ainda a indelével marca das tradicionais e recorrentes canções natalinas, tocadas e repetidas continuamente; mas, no meio desta sinfonia-desarmônica do barulho do povo, mal pode ser percebida. O ar refrigerado parece não mais conseguir dar vazão ao calor provocado pelo ritmo frenético da massa humana no vai-e-vem, no entra-e-sai que atola, entope e engarrafa corredores, lojas, escadas-rolantes. Todo o espaço está tomado, superlotado de pais e mães estressados, de crianças cansadas e irritadas e de gente que foi além do limite, inclusive financeiro.

Senhora, você viu o menino?

O tempo, em seu vagar, corre todo faceiro
E quanto mais a hora avança, como se não bastasse a gastança
Há ainda quem ouse pensar
E pensa que fez bom negócio
Se abarrotar de presentes
Sem pensar que, de repente
Compro o desnecessário
E fez minguar o salário.

Nas vitrines das lojas – e aí tanto faz se a loja é grande ou pequena – há uma abundância de cores e brilho nunca dantes visto. Interessante notar que a figura do homem da barba branca está em quase todas elas e com ele há uma mistura de árvores, renas, presentes, balões, fitas, neve, sinos, velas, comidas e pasmem, até um coelho da páscoa encontrei olhando para mim em plena celebração natalina. Alguém por certo resolveu antecipar a data ou é o atropelo nosso de todo dia... o fato é que poucos notaram o coelho da páscoa em uma vitrine natalina, mas ele estava lá

Mas e o menino. Alguém viu?

Não percebi sequer viva alma
Que tendo estado neste lugar
Por atenção, fé e zêlo
Tenha notado o faltar
Do menino que no Natal
Se deve homenagear

Foram apenas dez minutos de observação para que eu pudesse entender que a voz a perguntar pelo menino era a minha própria consciência em um exercício de lembrar-me que o maior, mais valioso e importante presente já foi entregue e está mais acessível do que eu possa imaginar. Está ao alcance de minhas mãos, na distância curta de uma prece.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

FELIZ NATAL!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NO DIA DE HOJE; ONTEM

Se ainda estou bem firme nos cálculos, hoje, neste exato momento em que este texto foi aqui colocado já vivi aproximadamente 12.410 dias – sem contar anos bissextos – ou aproximadamente 297.840 horas ou ainda 17.870.400 minutos.

Meu coração já bateu 1.250.928.000 vezes não levando em consideração às vezes em que este bateu fora do compasso, acelerado por “aquela” pessoa.

Tive o equivalente a 99.280 horas ou o equivalente a 11 anos de pura soneca, não contando as noites e horas insones, justificadas ou não.

Minha altura inicial foi multiplicada por quase 3,5 vezes e o meu peso por 17,5.

Hoje é dia de festa. Estou em festa e muito grato por ter a certeza de que acima de números, estatísticas e velas, acessas ou já apagadas, posso agradecer a meus pais por me trazerem à vida e a meu Deus por proteger-me na e da vida.

O aniversário é meu e o melhor presente é você!

Obrigado!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ESCRAVOS DE JÓ...

“Escravos de Jó...”

Estes dias ando pensando na relação social que ronda minha – nossa - vida cotidiana.

“... jogavam caxangá...”

Parece haver sempre uma disposição hierárquica mais forte e intensa a moldar ou pelo menos condicionar a minha – nossa - vontade de ter prazer pleno em todos os aspectos.

“... tira, põe, deixa ficar...”

Por mais que se tente, até aqui, parece não haver como conseguir a tal felicidade total na minha – nossa - vida. Ora dono, mestre da situação; ora escravo subserviente, condescendente com o sistema.

“... guerreiros com guerreiros...”

Na gostosa aventura do viver a minha – nossa - existência, por certo o grande ‘barato’ é sobreviver, viver apesar de; sendo um escravo-guerreiro, dono e mestre dos seus sonhos, planos, desejos.

“... fazem zigue-ziguezague.”

Driblando as vicissitudes e aprendendo a ser dono, mestre e senhor de minha – nossa – própria felicidade.

Ao amigo Adalberto Sabino

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DOIS VÍRUS

Hoje é, ou pelo menos tornou-se, o Dia Mundial de Combate a uma das mais sérias síndromes que atingiram e ainda fazem vítimas em nosso mundo, a AIDS. Tão séria quanto esta síndrome, seu agente causador e todas as moléstias à ela vinculadas está o pior de todos os vírus: o preconceito, e muitas semelhanças existem entre o microscópico vírus da doença e o invisível vírus do comportamento.

Ambos não fazem nenhuma acepção quanto a gênero, opção sexual, classe social, grau de instrução, localização geográfica, faixa etária, cor de pele, credo e outras tantas ‘classificações’ com que geralmente tentamos identificar nós mesmos e as pessoas ao nosso redor.

O dia de hoje deve ser utilizado para uma reflexão profunda e séria sobre o comportamento nosso de todo o dia não somente no que tange àqueles que, infectados pelo vírus da doença são vítimas, muitas das vezes, do vírus do comportamento mas também para um tempo de reflexão sobre a saudade dos familiares, amigos e conhecidos que tiveram suas vidas ceifadas em função da AIDS.

Comece a desenvolver hoje, caso ainda não o tenha feito, um comportamento inteligente e racional de não colocar-se em situação de risco.

Lembre-se de que o vírus causador da AIDS ainda não tem cura, mas o vírus do preconceito, este tem. Desenvolva vacina contra o último.

sábado, 29 de novembro de 2008

PINGO D'ÁGUA

Muito foi mostrado, visto, falado, ouvido e comentado acerca das águas que tomaram conta de parte do estado de Santa Catarina e, mal havia me acostumado a ver a desgraça úmida no sul do país, fui informado que avarias, prejuízos e perdas também na região Sudeste em função de água; muita água.

Chamou minha atenção em particular neste aquífero sinistro catarinense o volume de águas precipitadas, a extensão das áreas atingidas, as imagens dos deslizamentos e a corrente de ajuda solidária e humanitária que tomou conta do país afim de prestar auxílio às vítimas de tão grave catástrofe.

Foram e são imagens fortes, chocantes e até aqui únicas que certamente ficarão em minha memória; contudo a imagem mais forte é a de uma singular, simples e quase imperceptível gota d'água que vi escorrer dos olhos de quem tudo perder, exceto a própria vida.

Não farei floreios, firulas nem meias-palavras para, por palavra, expressar minha solidariedade aos atingidos por águas. Tenho certeza de que a gota úmida que vi escorrer de diversos olhos e cair no já úmido solo há de ajudar a fazer crescer a vontade, a garra e a força de reconstruir com o que ficou de mais importante: a VIDA.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

COM JUNTURA MUSCULAR

O corpo humano tem mais de 650 músculos e aproximadamente 200 ossos além de inúmeras articulações e eu resolvi colocar toda esta estrutura, distribuída em 185 centímetros de altura e modestos 65 quilos, para movimentar além das caminhadas e pedaladas já freqüentes. Resumidamente: caí, mas não literalmente, na malhação.

Se vou ficar sarado? Sim, depois que as dores iniciais abandonarem o que tem sobrado de minha modesta estrutura corpórea após as aulas introdutórias, eu estarei sarado, são.

Além de desconhecidos músculos que por inércia e ociosidade julgava eu inexistentes mas que agora sei existirem, tenho também feito descobertas significativas, como por exemplo: caminho a uma média de 6 quilômetros por hora, o que daria para cobrir a distância entre Rio e São Paulo em nada menos do que 72 horas; suados 15 minutos na esteira me queimam preciosas 140 calorias, o que consigo repor facilmente em apenas 2 brigadeiros médios... tenho ido além neste último aspecto.

Os descobrimentos, bem sei, ainda serão maiores e mais significativos; devem, por certo, acompanhar o crescimento da minha, ainda, modesta estrutura. Sou aluno dedicado na atividade física e na atividade repositora de calorias perdidas tendo uma predileção, não nego, pela última.

Bateu uma fome... vou nessa. Como estou em dieta – de engorda – vou liquidar um pedacinho singular de lasanha. Alguém me acompanha?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

3º LUGAR BIENART

Amigos leitores,

Eis abaixo meu primeiro texto premiado. Fui 3º lugar na II Bienal de Arte de Artur Nogueira. Vale a pena ler de novo...

A VIDA NA FILA

Você já parou para pensar em como você gosta, ainda que expresse conscientemente o contrário, de uma fila?

Não importa o tamanho, a razão ou o motivo. É quase instintivo, místico, sobrenatural a atração exercida pela fila pois quando você se dá conta já está em uma, duas, em várias e por mais que proteste, esbraveje e até use de um linguajar que possa vir a ser considerado baixo e vulgar - ô fila do c_cete! -, no fundo, ou melhor, no fim da fila você gosta sim.

Este pedaço de terra brasileiro parece possuir o dom e a habilidade de gerar, gerir, multiplicar e acrescentar pelo menos uma nova fila ao nosso dia-a-dia já bastante enfileirado de coisas. Talvez se como nossos pais lusitanos denominássemos a fila como eles a chamam, nossa atração por estas sofreria sensível diminuição. Afinal, quem gostaria de entrar numa bicha?!

O fato é que temos bichas, digo, filas para quase tudo o que fazemos: fila para entrar, fila para sair. Fila de gente, fila de carro, fila de moto, fila de caminhão, fila de ônibus, fila de avião. Fila no banco, fila no mercado, fila no estacionamento, fila na escola, fila na faculdade, fila no consultório, fila no hospital, fila no ambulatório, fila no laboratório. Fila no restaurante, fila no cinema, fila na boate, fila no elevador, fila no banheiro, fila no chuveiro. Fila na padaria, fila no açougue, fila no boteco da esquina. Tem até fila para pegar senha para outra fila, é o que chamamos de fila solidária.

Fila para contratar, fila para demitir. Fila para abraçar, fila para despedir. Fila para namorar - quem nunca ouviu ou disse a frase: "a fila anda."? Fila de casamento, fila de separação. Fila de implante, fila de transplante, fila de doação.

Talvez as mais modernas sejam as fila de conectividade: fila aguardando conexão, fila de download, fila de upload, fila para receber e enviar email e tem ainda a pior de todas as filas, a fila de tele-atendimento.

Tem fila grande, fila pequena. Fila reta, fila torta. Fila fina, fila grossa, tem até fila dupla. Tem fila chique, glamorosa, fila brega, fila pobre. Tem fila que anda, tem fila que se arrasta e tem aquela fila que não anda.

Tem o fura-fila.

Não importa se você já experimentou ou experimenta diariamente uma ou mais modalidades ou situações enfileiradas. O fato é que até para você nascer, mesmo sem saber, você enfrentou uma fila medonha e para tua sorte você não reclamou, não desistiu e nem ficou pelo meio do caminho.

Em fila nascemos, vivemos e morreremos. Todos juntos, agrupados, enfileirados. Resta saber se depois desta vida nos encontraremos na fila dos que sobem ou dos que descem.

PERU MORRE DE VÉSPERA

O Natal se aproxima e com ele a famosa lista de esperanças, anseios, desejos, coisas, trecos e quinquilharias que cada um de nós faz. Uns há que guardam para si, outros compartilham suas aspirações mas todos fazemos, ainda que mentalmente, por breves segundos diante de uma vitrine de shopping ou situação do cotidiano, nossas listas de pedidos.

Fiz a minha. Pequena e grande, modesta e nem tanto, tangível e intangível, acessível e impossível. Nem toda a minha lista vou entregar ao Papai Noel; tenho entregue muito do que quero, anseio, almejo e desejo ao Papai do Céu e devo assim proceder no avizinhar dos festejos natalinos.

Que tal trocarmos nossas listas? Talvez o que eu quero, você pode realizar; talvez o que você quer eu possa realizar; talvez o que o mundo quer alguém possa realizar.

Ao iniciar a redação de sua lista, lembre-se de que Natal é mais do que presente, é se fazer presente.

sábado, 15 de novembro de 2008

O QUE CONSIDERO BELO...

Da série "Desvendando o Iceberg", eis uma pequena relação de coisas nem tão ortodoxas que eu considero belas por si mesmas.

01. Tempestade elétrica
02. Aquário
03. Luz negra refletida na cor branca
04. Fogo
05. Mãos ao piano
06. Luz de velas
07. Olho de gato
08. Luz de vaga-lume
09. Onda do mar quebrando na praia

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

EU FALO COM AS MÃOS

Aprendi a falar com as mãos para que quando a minha voz não mais puder ser ouvida, para que quando teu ouvido surdo não escutar o meu dizer; com minhas mãos e por meio delas verás o meu falar e teus olhos ouvirão a expressão de minha alma.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

MUDARAM A COR DO MEU HAMBÚRGER

Hoje, assim dizem os editoriais dos grandes, importantes, famosos e mais prestigiados jornais de todo o mundo, é um dia histórico. Foi eleito de forma democrática o primeiro – e por enquanto único – presidente negro da nação conhecida como a maior potência mundial, os Estados Unidos da América do Norte ou se preferir Terra do Tio Sam, do Mickey Mouse, do Pluto, do Pateta e por falar nele, do ainda presidente George Bush.

Não estou bem certo quem os americanos elegeram mas o recado das urnas, para quem quiser ouvir, é bem claro e nítido. Assim diz a América, assim diz o povo americano:
Não somos somente brancos.
Não somos belicosos.
Não vamos fingir que questões sociais como o aborto, por exemplo, não existem.
Não somos os “donos-do-mundo”.

Bem que poderíamos aprender uma importante lição com nossos primos americanos e responder à tudo aquilo que não queremos em nossa política doméstica (corrupção, mentira, descaso, ineficiência, altas taxas de impostos, omissão, roubo, trem-da-alegria, barganha, propina, escândalos, grampos, caixa 2, caixa 3 ...) nas urnas, democraticamente como diz a lei.

Obama foi eleito, isto é fato e do tipo histórico. Talvez não tenham os americanos votados na melhor proposta mas certamente escolheram aquela que, para eles e tomara que também para o mundo inteiro, possa trazer um pouco mais de esperança e porque não desejar também... paz!

Aos americanos, paz!

Aos mundo, esperança!

domingo, 2 de novembro de 2008

HÁ VAGAS

Tenho vagas e moradia
Para hóspedes especiais
Alguns há que têm reservas
Mas outros chegam sem avisar
As instalações são modestas
O ambiente familiar
Tenho certeza que seu repouso
Ninguém há de perturbar

A decoração, por bondade, pedimos providenciar
Respeitamos tua vontade, teu gosto particular
Visto ser esta uma casa simples e os recursos quase a minguar
Portanto não fazemos objeção, se, de coração, as flores puder comprar

O quarto parece pequeno mas é apenas impressão
Há de servir-te perfeitamente, não aceitamos reclamação.
O serviço que oferecemos é apenas de te hospedar
Limpeza, asseio e beleza, à parte faturaremos e haveremos de cobrar

O horário do silêncio deve ser respeitado
Não pode haver circulação, havendo visita em casa
Contudo se for escuro e a noite já existir
Do teu quarto certamente você poderá sair

É mesmo de lamentar que nesta casa vacante
Seu corpo encontrará repouso enquanto tua alma errante
Insiste em perambular perdida neste mistério
Da morte eu sou morada. Meu nome é cemitério.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

NÃO ESQUEÇA A MINHA CALOI

Dizem alguns que todos temos, não sei se no cérebro ou no coração ou na alma ou na personalidade ou em um pouco de tudo isso junto e misturado, traços característicos do sexo oposto; então, acredito que este meu lado mais feminino falou mais alto por estes dias e eu não resisti ao seu chamado. Entretanto, apesar do apelo veemente desta porção nem tão masculina assim, sua força parou por aí, na vontade, no desejo e na ação de fazer compras. Fui às compras!

Comprei mesmo, mas minha mais nova aquisição é algo marcante do universo masculino-macho-latino-brasileiro-motorizado – um meio de transporte. Calma lá amigo leitor, pois o meu desejo masculino esbarrou na capacidade – ou seria melhor dizer na incapacidade (?) – financeiro-aquisitiva. E então, o veículo-motorizado transformou-se em veículo de propulsão humana e resumidamente posso dizer que possui: aro, duas rodas, 18 marchas e outros acessórios de fábrica. Sim, é uma bicicleta.

Eu, o dito proprietário da dita bicicleta já estamos até que bem ou pelo menos razoavelmente adaptados um ao outro. As primeiras pedaladas foram um tanto quanto ‘inseguras’ isto porque já fazia mais de 20 anos que houvera eu estado sobre uma dita e apesar deste último encontro haver terminado com o dito sob a dita até que o que dizem sobre andar de bicicleta é verdadeiro: “uma vez que se aprende, jamais se esquece.”

Já errei de marcha algumas vezes, mas ainda não tem faltado o freio. Durante a primeira semana de interação ciclo-humana tenho notado que tem sobrado equilíbrio, mas quase faltado fôlego; tem sobrado disposição, mas quase faltado força nas pernas que agora já estão mais durinhas e acostumadas.

O dilema agora é com que nome batizar a dita. Estou aceitando sugestões. Afinal de contas, como diz o ditado: “Quem tem padrinho não morre pagão.”

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ADEUS À INOCÊNCIA

O mundo está mesmo de pernas pro ar, se é que ainda existem pernas que possam sustentar este planeta.

Se não fosse suficiente o ritmo desfibrilante da economia, medido pelos índices das bolsas de valores e acompanhado com aflição por grandes e pequenos investidores mas também pela dona-de-casa que já sente e percebe o solapar dos preços nas gôndolas dos supermercados e nas barracas das feiras-livres; agora tenho percebido com maior freqüência que a sociedade dá mostras inequívocas de que alguma ‘força-estranha’ parece procurar destruir os sonhos, os mitos, os contos infantis.

A continuar neste ritmo transloucado não há de sobrar ninguém na Terra do Nunca para contar história ou pelo menos para contar as mesmas história que embalaram o imaginário de muitas gerações até as últimas semanas.

Fazia ainda pouco tempo que a pequena e inocente Branca de Neve havia sido jogada da janela do castelo aonde seu pai, com o aval e a conivência da má-madrasta, e então fomos surpreendidos por um Pequeno Príncipe com cara de sapo e personalidade de Lobo-Mau que entrou na torre onde a já nem tão inocente Rapunzel estava e depois de algum tempo matou-a, enchendo de lágrimas os olhos de muita gente e de sangue o rosto de Rapunzel e também de uma amiga da agora finada. Como desgraça pouca é bobagem, descobriu-se que o pai da menina de tranças de lençol fora também causador de dor, lágrimas em terras distantes vindo de lá escondido, torcendo para que o os guardas do reino não o encontrassem.

Fico pensando então quem será o próximo personagem de meus contos de infância a ter sua história reescrita por obra e graça de alguns fatores como: permissividade, ociosidade, incapacidade para lidar com emoções, desequilíbrio, intolerância, ciúme e vou parar por aqui senão a lista pode ficar grande demais.

O que haverei de ler para meus filhos ou filhos de meus filhos quando eles quiserem uma história para dormir, uma alegoria para embalar suas pequenas mentes imaginativas? A continuar nesta tocada, talvez a melhor opção sejam os índices financeiros ou a crônica policial.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

HORÁRIO DE VERÃO

Esta semana, por força de lei, adiantei meu relógio em uma hora afim de ajudar o governo a cumprir suas metas energéticas, deslocando os picos de consumo (acho que é este o termo que os especialistas e técnicos utilizam para explicar o “fenômeno”) e desta forma economizando na geração de energia elétrica. Já eu, pelo menos durante todo o primeiro dia útil após o ajuste do meu relógio, a saber, a fatídica segunda-feira, que por tradição já não é um dos melhores dias para ajustes e acertos, também desloquei picos, mas não de consumo e sim de sono, letargia, morosidade e preguiça, muita preguiça.

Levantar da cama foi um suplício. Ir até o trabalho, quase um exercício penitencial pelas ruas desertas e quase sem movimento; um outro trabalhador passou por mim, tinha no rosto a expressão de quem havia dormido pouco, ou pelo menos, de quem gostaria de dormir somente uma horinha a mais, éramos dois nesta vontade.

A segunda-feira já havia anunciado na sexta-feira de que uma séria de guias, ajustes e acertos seriam realizados em suas oitos horas laborativas. Afim de concentrar-me nos números e contas e detalhes foi necessário um esforço ainda maior. A parte da manhã correu devagar, morosa, preguiçosa e eu idem. A hora do almoço veio e com ela o sono, o chamado da cama, do travesseiro mas atender a este chamamento seria inútil. Durante a tarde o sol demorou mais do que o habitual a baixar no horizonte e tudo e todos pareciam mais lentos ainda. Ao findar o dia só ouvia o chamado de minha cama. Estava um bagaço e tão logo quanto me foi possível fui repousar. Tentar ajustar meu relógio biológico às metas de economia de energia do governo.

O horário é de verão e o desconforto, com o perdão da palavra, dos infernos!

sábado, 11 de outubro de 2008

1h30

Este é o tempo que tenho para almoçar. O que em uma grande cidade às vezes é considerado insuficiente, aqui é mais do que suficiente e ainda sobram vários minutos para, entre outras coisas, escrever.

Eu agora escrevo e enquanto escrevo vou, entre uma vírgula e outra, observando o que acontece.

Normalmente, após o almoço propriamente dito, sento em um dos bancos da praça central, que aqui não é a Praça da Matriz, para plácida e calmamente deixar o tempo fluir aproveitando-o da melhor forma possível.

A rodoviária agora está movimentada. Ônibus das cidades próximas chegam e saem, levando e trazendo quem mora aqui mas trabalha fora, quem trabalha aqui mas mora fora e quem vem apenas passear por aqui. Se a expressão “horário-católico” ainda significar exatidão, precisão, pontualidade, então, nesta cidade onde a maioria da população não professa a fé romana, os ônibus o são, pelo menos no que diz respeito aos horários.

A banca de revistas sempre atrai algum grupo de estudantes adolescentes de um dos colégios confessionais instalado ao lado da Igreja Matriz. Por ser típico da idade, estes estudantes são sempre meio barulhentos e passam pela banca para comprar alguma figurinha nova ou um sorvete; aproveitam e fazem graça com a foto de uma qualquer pelada e indiscreta que está impressa e exposta em um canto nem tão discreto da Banca do Caco.

Nas ruas do entorno o movimento de carros, motos, bicicletas e pessoas se intensifica, salvaguardadas as devidas proporções para esta grande pequena-cidade. Por aqui não há semáforos nos cruzamentos então sobra respeito e cordialidade no trânsito; certamente este é um sinal de desenvolvimento e do melhor tipo: desenvolvimento humano.

No único restaurante aberto para almoço em um dos cantos da praça, calmamente as pessoas entram e saem visualmente satisfeitas; não por causa do preço, pois este eu mesmo já experimentei e é levemente “salgado”. Vai ver é algum tempero local, algum ingrediente secreto que se incorporou ao molho e acaba por contagiar as pessoas satisfeitas em muitos aspectos desta vida com mais qualidade dela mesma.

No lado oposto ao restaurante, no canto da praça, tem início o movimento para a abertura do “cassino”. Um espaço democrático onde respeitáveis senhores, mas também o passante com tempo de fazer uma pausa – e tempo aqui é o que se têm – pode divertir-se em um animado jogo de cartas quer participando ativamente, jogando, quer assistindo e torcendo e rindo. SEIS! NOOOOVE! TRUUUUUCO! Não vale nada a dinheiro. Vale o prazer de encontrar os amigos e rir junto e, é claro, gritar TRUUUUUUCO e bater primeiro.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

APERTEM OS CINTOS, O DINHEIRO SUMIU

A recente crise creditícia, financeira, econômica, sistêmica, globalizada e sem fronteiras só expôs e deixou evidente quão frágeis tornaram-se as economias nacionais diante de uma economia sem barreiras que, aparentemente, do dia para a noite, ficou também sem crédito, sem dinheiro e, se neste ritmo permanecer, haverá também de ficar sem freio e sem cinto.

A economista Miriam Leitão, no dia 10.10, em seu blog, ao comentar mais uma de inúmeras sextas-feiras nervosas no mercado financeiro, escreveu que este terremoto que têm chacoalhado muitos mercados e têm feito pulsar descompassado o coração de muitos investidores é obra e graça de um mercado semelhante ao mercado financeiro abalado mas que durantes muitos anos têm ou tinha sempre operado na sombra, no lado escuro da “força”.

O descontrole da “parte luminosa” em tentar dimensionar e controlar a “parte sombria” pode ainda, como desgraça pouca é bobagem, levar o mundo todo ao encontro de um período de recessão generalizada e pouco crescimento do ponto de vista econômico e ai pouco importa se você é o “pai da crise”, “filhote da crise” ou “conhecido da crise”. Você experimentará os efeitos dela.

Neste quadro, pra lá de pouca esperança, não importa muito se eu tenho dinheiro aplicado na bolsa de valores, quer dizer, tinha; ou se escondi meus centavos debaixo do colchão. O fato é um só: o dinheiro do mundo está sendo sugado para um buraco negro e, a curto prazo, não há nenhuma Frota Estelar que possa salvar este planeta capitalista.

Alguém pode me dizer como vão os países ainda chamados de comunistas?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

FIM DE CAMPANHA

A semana passada, pelos lados de cá, aconteceram as últimas manifestações populares dos candidatos à prefeitura local. A disputa parece mais um festival de cores e três são as principais: vermelho, do candidato do partido estrelado; amarelo, do candidato do partido emplumado; verde, do candidatodo partido natural.

Nesta cidade que ainda não têm semáforo em nenhuma de suas esquinas, as cores eleitorais podem dizer muito, muito mais do que os próprios, por enquanto, adversários políticos.

O fato é que um dia antes do último comício, caiu um pé-d'água medonho, precedido de fortes rajadas de vento que levantaram a poeira das ruas ainda não asfaltadas ou pessimamente pavimentadas. Quando por fim a água veio, e veio com vontade, amontou todo o lixo e a sujeira depositados nas esquinas e terrenos baldios esquecidos temporariamente ou 'ad-aeternum' pelo mesmo poder político que agora, em três cores distintas, aos berros, promete resolver estas e outras questões adjacentes.

Duas cores resolveram então, pós tormenta natural, provocarem tormenta mútua e atormentarem os munícipes no último, berrado, acalorado e embarrado comício. Diferente do que acontecia uns tempos atrás, não sei se agora por força de lei ou falta de recursos, não houveram prelúdios, interlúdios e poslúdios musicais; já partiram os candidatos-coloridos (por favor, nenhuma referência àquele candidato collorido) às promessas... e como prometeram.

A retórica é sempre a mesma: ataque ao atual mandatário local, promessas-padrão (saúde, educação, transporte, moradia, asfalto...), ataque aos outros candidatos, interação com o eleitor (pede que uma família dê um depoimento...blá-blá-blá), mais promessas (agora as absurdas: gastar menos, ser honesto, aumentar o salário, diminuir os impostos) e fim do tétrico espetáculo democrático.

Apenas para registro: não fui aos comícios. Dada a generosidade dos candidatos, principalmente no que diz respeito ao volume de som, pude ouvir tudo perfeitamente do conforto da sala de minha casa.

Tomara, desta vez, tenhamos escolhido certo, para não ficarmos roxos de raiva pelos próximos quatro anos.

Qual a cor do seu voto? Preto combina com tudo!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

PRIMEIRA-PRIMEIRA SEMANA

Quando existe mudança de ambiente ou quando os fatores ao redor sofrem alteração é necessário, assim dizem os especialistas, de algum tempo para que o organismo possa adaptar-se às novas condições.

Vemos este princípio, o da adaptabilidade, em várias áreas de nossa vida. Quando mudamos de emprego, quando começamos a namorar, quando terminamos o namoro, quando nasce um filho, quando um amigo ou parente morre, quando viajamos, quando saímos de um ambiente gelado para um ambiente mais quente, enfim, em vários momentos e a todo o instante somos levados a condições que requerem de nós adaptação.

Deus, que é sábio por essência e natureza, quando fez este mundo utilizou-se do princípio da adaptabilidade, por isso fez o mundo em sete dias para que a terra e as coisas criadas pudessem e tivessem tempo de adaptação umas às outras.

Eu estou em adaptação. Mudei de cidade, trabalho, casa e ritmo. Agora moro em uma pequena, pacata e típica cidade interiorana no estado de São Paulo. Estou me permitindo ter minha semana, meus sete dias de criação ou melhor, de recriação, quer dizer, de adaptação à tudo que é e está novo ao meu redor.

Primeiro dia: “Haja luz...” Cheguei na sexta-feira, tarde da noite e o primeiro dia da minha primeira semana foi o sábado. Não posso pensar em melhor condição para começar algo novo do que buscar “luz” junto à fonte de toda a “luz” e “iluminação” já no meu primeiro dia da minha primeira semana aqui nesta cidade. Fui à igreja encontrar-me com o Autor de toda a “luminosidade”, Deus, e também agradecer pela recriação em mim.

Segundo dia: “Ajuntem-se as águas...” O domingo foi de águas e águas e muita água, na modalidade chuva e muita e persistente; não do tipo chuva forte, mas chuva paulistana, a tal da garoa fina e insistente... o dia todo assim: cinza, gelado, úmido, molhado e eu em casa arrumando caixas, malas... tranquilão da vida.

Terceiro dia: “Produza plantas e árvores...” É segunda-feira e comecei a produzir ‘frutos’ e ‘sementes’. O novo trabalho é desafiador e empolgante ao mesmo tempo. Neste solo desconhecido tenho excelente orientação e se com afinco e dedicação fizer o trabalho que me foi confiado, certamente teremos ótimos frutos. A terra é boa... “em se plantando, tudo dá.”

Quarto dia: “Haja luzeiros...” É terça-feira e cada dia estou mais habituado ao ritmo desta cidade. Hoje, na hora do almoço, investi mais tempo com o meu nada modesto prato de comida; comi devagar, sem pressa, sem a agitação da cidade grande a empurrar comida goela abaixo. Calmamente levantei da mesa, paguei a conta (aqui comer fora é muito caro!) e fui caminhar e vi uma praça e o sol convidava e eu sentei no banco da praça como fazem os daqui e observei o ir e vir, no tempo peculiar desta gente que a cada dia vou tornando-me igual. Aqui as 24 horas do dia são suficientes, dia e noite, noite e dia.

Quinto dia: “Povoem o mar e os ares...” No dia de hoje devo ter a percepção, os sentidos aguçados para entender que minha melhor adaptação vai depender do quão alto e quão profundo quero envolver-me no ritmo local. Não entenda que me tornei passivo para com tudo e todos e que aqui estou acomodado, resignado como se placidamente a vida deva fluir. Sei que aqui estou por pelo menos um motivo especial então, por este ou estes motivos especiais, conforme me forem sendo revelados, irei ao mais alto céu ou ao mais profundo mar para executar aquilo que me é proposto, requerido.

Sexto dia: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...” É tempo de entender, ver e perceber que sou igual aos moradores daqui. Se ainda acho alguns usos e costumes diferentes ou estranhos, devo ter a certeza que tenho uma cidade toda me achando diferente e estranho... afinal, quem é esta figura que sempre, por volta do meio-dia, senta-se no banco da praça e escreve, escreve, escreve?

Sétimo dia: “Descansou...” Hoje deveria ser um dia de cansaço, fadiga, um dia que demora a passar; deveria, mas não é! Não que eu não tenha responsabilidades, atribuições e tarefas a cumprir, até as tenho, mas há uma diferença; há uma semana inteira de um ritmo menos estressante, de mais qualidade de vida, de observar o canto das aves e o céu estrelado e ficar maravilhado pelo simples fato de ainda haver beleza na natureza.

A maravilha da criação divina é que, para toda situação humana, o princípio básico revelado nos primeiros atos do Criador, a saber, da adaptabilidade, é eficiente e eficaz.

Minha primeira semana se foi. Amanhã começa outra semana. A segunda? Talvez. Eu prefiro chamar de primeira-segunda semana...

E vi que era tudo muito bom!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VIDA, CAMINHO E FÉ

Estou de malas prontas
Sorriso no rosto.

Se deixo saudades é porque levo você comigo.

Não sou de despedidas, sou de boas-vindas.
Minha alma está leve.

Meu caminho é meu Deus quem faz
Meu coração... em paz!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

24 HORAS

Cá estou eu, mais uma vez pronto para mudar. Não conto as horas pois seria inútil acionar o cronômetro; não sou o senhor do tempo e o dia, eu bem sei, hoje ou amanhã, sempre terá suas 24 horas.

Agora passa em minha mente um redemoinho de lembranças destes dois últimos anos que aqui vivi. Hoje acredito que compreendo melhor o motivo pelo qual fui conduzido, guiado e dirigido para São José dos Campos. Era preciso que eu reaprendesse algumas lições importantes e destaco duas: a primeira delas confiar em Deus e a segunda oferecer perdão.

Não foi fácil, contudo tem sido um milagre, um delicioso milagre a cada novo dia exercitar a primeira. A segunda veio, ou pelo menos eu percebi sua importância e as mudanças por ela provocadas, bem recentemente e tem sido maravilhoso viver assim.

Amanhã vou rumo a um novo desafio, novo lugar, nova casa, novos amigos... estarei em um novo ambiente mas quero levar comigo as duas grandes lições que São José dos Campos me trouxe e de presente a gostosa saudade de você.

Aos amigos e amigas da IASD Central, aos amigos e amigas da IASD do Bosque dos Eucaliptos, aos amigos e amigas da Casa das Placas, às amigas do Bangalô & Naftalina, aos amigos e amigas... OBRIGADO!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ANA E BIA - III

Quem foi que disse que a vida é um mar de rosas, certamente deixou todos os espinhos na casa de Ana e Bia.

Costumeiramente sou acordado pelos gritos das irmãs quando uma delas e por vezes as duas vão ver a mãe. Sem um mínimo de paciência, bom senso ou respeito, quer com a mãe quer para com os hóspedes, falam aos berros com a pobre mãe esquecida em si mesma.

O hóspede fantasma também é um agente que a qualquer momento pode provocar um surto de gritos pelos corredores da casa; não por ser o dito hóspede um quase espectro, um “gasparzinho”, mas pelo fato de não ter renovado seu visto de permanência e ainda assim insistir em ficar.

Não importa a hora, se tarde da noite ou já alta madrugada, sempre há muito desrespeito e gritos e berros na casa. Hoje fui acordado por quase cinco minutos do mais puro escândalo impaciente das irmãs para com a mãe. O enredo é sempre o mesmo: grito de introdução, grito de súplica, uns resmungos, gritos e mais gritos de ameaça e termina com mais resmungos. Toda esta triste e lamentável e abjeta cena não dura nunca mais do que cindo minutos; festival gratuito de falta de respeito.

O problema, eu bem sei, é mais sério e profundo. Ainda assim, nada justifica a falta de respeito.

Agora só faltam 4 dias!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

ANA E BIA - II

Temos gente nova na casa.

O fim de semana na familiar pensão das irmãs foi reflexo do que é um fim de semana na cidade, ou seja, d.e..v...a....g.....a......r.

O sábado acordou quente e abafado. Como tive compromisso quase o dia todo, logo cedo levantei e saí, voltei depois do almoço e na parte da tarde saí novamente retornando só no começo da noite.

Domingão foi preguiçoso, chuvoso e frio. Chegou novo hóspede, um tipo grandão, falante, inteligente e bem alegre. Teremos vida nova por aqui, isso é bom. A morena sorridente, amiga das irmãs, passou por aqui e o dia já estava terminando.

Estes fins de semana que começam d.e..v...a....g.....a......r, invariavelmente terminam rápido demais.

Agora só faltam 5 dias!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ANA & BIA - I

Enquanto aguardo o dia da mudança definitiva, me fiz hóspede no pensionato de Ana e Bia. Duas senhoras únicas, se é que você consegue me entender.

Ana diz que Bia, Bia diz que Ana, uma diz que a outra é louca e acaba sempre por trocar os pés pelas mãos, esta diz que aquela já apresenta fortes sinais de senilidade. Não sei não, mas acho que as duas são tão normais quanto muitos sãos que por aí estão.

Ana e Bia se revezam em cuidados com a mãe que, por causa de séria doença, perdeu-se em sua memória; seu corpo divide conosco a convivência no familiar pensionato de Ana e Bia, Bia e Ana.

Atualmente vivem em casa destas duas senhoras eu e mais três outros hóspedes.

Tenho conversado mais frequentemente com o homem que trabalha em um banco. Este é um rapaz gente fina, sempre bem humorado, ponderado em suas colocações; temos rido bastante enquanto dividimos o tempo sentados nos sofás da sala, vendo televisão juntamente com as irmãs-proprietárias.

O outro hóspede é um rapaz novinho, já cliente antigo das irmãs. Ele chega normalmente tarde da noite. Trabalha e estuda muito. Pouco falamos, pouco nos vemos, só nos apresentamos e nada mais.

O último hóspede é um fantasma. Instalado no quarto dos fundos, entra sempre pelo corredor lateral. De pouca interação, poucas palavras... vai ver é tímido! Nunca vi o figura, só ouço o som de seus passos e o som de portas batendo quando ele está na casa. É o próprio fantasma.

Dois amigos das irmãs sempre estão pela casa. O conselheiro-amigo, um jovem rapaz sério e bem estudado e uma morena sorridente.

Invariavelmente nos encontramos na sala, na frente da televisão e a prosa corre solta durante os intervalos comerciais das novelas, telejornais e horário político.

Esta próxima semana, minha última semana por aqui teremos novos colegas de casa. Tomara haja tempo suficiente para interação.

Agora só faltam 7 dias!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BUUMMM!! BIG BANG

Esta semana que se finda foi cenário para um experimento científico que pretendia reproduzir a explosão inicial que, de acordo com alguns, teria dado origem ao Universo, o Big Bang.

Física nunca foi o meu ponto forte então vou deixar a explicação físico-nuclear-científica de lado e ir direto ao ponto inicial, ou final, de fato.

Não quero fazer pouco caso da crença ou descrença de alguns, mas pensar que tal experimento traria o fim do mundo é, no mínimo, ingenuidade. Este mundo como o conhecemos, é certo que caminha para um fim – até mesmo os céticos já atestam e afirmam a proximidade do que chamam de colapso mundial – mas amados leitores e leitoras, não será uma explosão cósmica, natural ou provocada que há de pôr fim ao que até hoje conhecemos como vida terrestre.

Quem estiver curioso em como este mundinho-mundão terá seu epílogo, recorra à Bíblia. (vide Mateus capítulo 24).

Este é o início...

Fim!

domingo, 7 de setembro de 2008

07 DE SETEMBRO

Este é um poema cívico. Minha mãe, quando menina, ouviu em sua escola. O autor é desconhecido.

No dia 07 de setembro
Acordei sobressaltada.
Fui dizer à mamãezinha:
Oh que esplêndida alvorada

Ao pisar de tanta gente
Parecia tremer a terra
Quem não soubesse o motivo
Pensaria ser grande guerra.

Mas que guerra seria esta
Que nem sangue escorria?
Era a guerra das flores
Que saltavam de alegria.

Toda trajada de branco
Fui ao Ipiranga e me lembro,
Para gritar bem alto:
SALVE SETE DE SETEMBRO."

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

INTELIGÊNCIA DEMAIS ATRAPALHA

O que devo pensar quando tomo conhecimento que os diretores da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN - foram demitidos?

Resumidamente para que eu e você possamos entender e nos situarmos neste caso de excesso e falta de inteligência: A ABIN ouviu o que todo mundo falou mas ninguém poderia saber. No tempo de minha avó isso era como "escutar atrás da porta", mas hoje os tempos são outros.

Por ouvir o que não devia algumas cabeças rolaram para baixo e outras cabeças rolarão, só que para cima; respectivamente é o que chamo de demissão por excesso de competência e promoção por sorte, muuuuuita sorte.

A culpa deve recair sobre a nada pobre máquina de ouvir o que não deve. E pensar que esta história toda começou com um banqueiro todo-poderoso, amigo de um Juiz Federal, que era amigo do Chefe da Polícia, que não era mais amigo do Delegado-Chefe-Investigador-"Curioso de uma Figa" que ouviu as conversas do tal banqueiro todo-poderoso.

Neste país onde inteligência demais atrapalha os interesses escusos e não-sabidos, onde o 'Alcaide-Mor' já mostrou que inteligência não é o seu ponto forte, onde o sonho da massa é ser o próximo big-brother (ver texto É Tudo Vaidade, É Correr Atrás do Vento - janeiro/2008), onde um menino sonha em ser traficante e a menina em ser a nova 'mulher-fruta'.... haja inteligência!!

E quem leva a fama são os lusitanos!!

Parei por aqui! Vai que estão ouvindo nossa conversa... (??)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ALGEMAS

A legislação recente, com o objetivo de não ofender nem expor ao constrangimento desnecessário, decretou que não se deve mais algemar qualquer pessoa que, tendo ofendido as leis vigentes, tenha que ser detido e encaminhado à autoridade competente e responsável para os procedimentos legais previstos.

Pois bem, se bandido não pode ser algemado então quem será?

O que há de ser feito das muitas algemas circulando por este país? Qual será o destino destes nem tão glamurosos braceletes niquelados.... lojas de artigos eróticos ou o fundo de um armário qualquer, em uma casa qualquer (segreeedo!!).

O preso está livre e nós, livres, presos com as algemas da insegurança, da desconfiança, do receio, do medo.

Cerco minha casa com muros que se assemelham a muralhas. As portas do meu apartamento possuem mais de três chaves e dois trincos. Não entro ou saio de casa sem acionar os, sim no plural, os alarmes. Tenho um cão, mistura de 'cruz-credo' com 'coisa-ruim', o 'docinho', que habitualmente só morde os desconhecidos. Contratei segurança privada e me cerco de preces, patuás, mandingas e simpatias na tentativa de sentir-me menos inseguro.

Enquanto bandidos legislam para bandidos, eu, cidadão de bem, estou completamente desprotegido, à mercê de sei lá eu bem o quê, esperando que o próximo ato de violência contra mim direcionado não seja o de alguém que, a priori, deveria zelar pelo meu bem estar... a saber: eu mesmo!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A SALVAÇÃO DA LAVOURA

Esta semana não resisti e fiz um programa que há muito não fazia: fui assistir a uma comédia, mas não no teatro. Vi pela televisão, mas não foi no canal da TV Cultura, aliás, a comédia que vi pouco tinha de cultura e independe do horário. A comédia que assisti tem como título: Propaganda Eleitoral Gratuita.

Este tempo que os políticos devidamente miliciados roubam do telespectador. Interessante notar que à "mão-leve", como o farão na gestão da coisa pública, os candidatos nesta maratona eleitoral, devidamente irmanados, juntos e agrupados, começam a roubar o pobre coitado do eleitor... começando com o tempo.

Outro aspecto interessante é a completa e total falta de não sei bem se criatividade, senso ou então seria excesso de dissimulação e ou cara-de-pau na apresentação do que chamo de "candidato-clichê". Aquele tipo básico, fácil de identificar pois promete o que todos prometeram, prometem e prometerão, a saber: acabar com a violência, resolver a questão do transporte público, melhorar o atendimento na rede pública de saúde e educação, aumentar o valor de aposentadorias e do salário-mínimo (só se for o dele, depois de eleito!), criar 'trocentas' mil novas vagas de emprego e por aí vão as barbáries e sandices prometidas, ditas. Fique atento, nestes não vale a pena votar, é voto perdido!

Talvez minha única saída seja votar em quem tenha origem, berço, inclusive no nome. Aqui na região tenho como opções os seguintes 'berços': os candidatos da academia, da farmácia, da auto-escola, do bar, da bateria, do jornal, da imobiliária, da bicicleta, da feira, da vila, da saúde, do sindicato, do postinho, da padaria, da van, da lotérica, da creche, do fórum, do sacolão, do INSS (pode??) e como se ainda suficiente não fosse, há ainda os candidatos 'profissionais', a saber: o churrasqueiro, o veterinário, o batateiro, o radialista, a contadora e o obreiro.... quanta criatividade!!

Neste pleito eleitoral, valham-me todos os santos, os vivos por favor; venham salvar-me desta cacaria.

Na próxima eleição serei candidato. Vou colocar meu nome na televisão, minha foto no cartaz e meu bloco na avenida... se eleito não for, certamente faço um carnaval já que neste país tudo acaba em samba no Rio de Janeiro, axé na Bahia, pizza em São Paulo e 'porra-nenhuma' em Brasília.

Votem em mim!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

ENCERROU-SE O HORÁRIO LIVRE

Agosto é mesmo o mês do desgosto.

Não por causa da famigerada fama de mês do cachorro louco, mas sim pela ingrata propaganda eleitoral gratuita.

Vil artimanha das quadrilhas que hoje em dia se entitulam partidos políticos para roubar um pouco do tempo que ainda nos resta para um lazer e entreterimento diante da televisão.

Ops! Pára tudo! Desliga a TV e preste atenção.

Que tal transformar o dito exercício democrático em sua forma televisiva em um momento para outros tipos, outras modalidades de exercícios? Aproveite que o espírito Olímpico está no ar.... coloque a leitura em dia. Aquele livro que você tanto tem namorado mas sempre achou uma desculpa na falta de tempo... agora você têm tempo. Que tal então investir tempo em uma saudável brincadeira com as crianças ou então organizar aquele canto, armário ou quarto bagunçado? Agora tempo você têm.

Aproveite o tempo para ligar, visitar, dar um oi e um abraço naquele amigo ou amiga com quem não fala já faz um bom tempo. Talvez entre um dedo-de-prosa e outro o assunto político eleitoral apareça e que bom se assim acontecer... aproveite então para ouvir e debater idéias, preferencialmente longe da TV, onde muitos falsos salvadores prometem de um tudo e mais um pouco na tentativa de coagir você a acreditar que existem políticos sérios neste país-piada.

Faça o melhor horário-político... o seu, no seu tempo!

Pense bem e vote certo!

domingo, 17 de agosto de 2008

DE PEQUIM... BEIJING

É mês olímpico e o mundo volta os olhos bem abertos para a China, que de olhos mais fechados e regime político idem, tem deixado o mundo ocidental, não muito afeto ao sistema de Mao, de boca aberta.

Este negócio de jogos olímpicos é sempre muito impressionante. A começar pela cerimônia de abertura, se estendendo pelas provas e disputas e fechando com a festa de encerramento, tudo é emocionante, grandioso, lindo, intenso, um espanto de cair o queixo.

Nesta edição dos jogos a cerimônia de abertura foi perfeita, tudo simétrico, tocante, impressionante de deixar olhos e bocas bem abertos diante da grandiosidade e brilho que somente muita disciplina e treinamento são capazes de produzir. Vislumbre do que veríamos, vemos e veremos nos locais de provas, na organização, no cuidado e no tato para dar ao mundo um olhar mais aberto da Terra do Yang-tse, da Cidade Proibida e da Praça da Paz Celestial.

Então se sucederam disputas, recordes e mais recordes foram quebrados. Tristeza e alegria receberam sempre o mesmo tratamento por parte dos olhos e ai já não importa se são abertos ou fechados pois lágrimas coroaram todo o esforço olímpico, quer de ouro, prata, bronze ou ainda o esforço não medalhado.

Nós, brasileiros, ficamos de olhos bem abertos diante da televisão em noites e madrugadas insones. Transformamos o horário de Pequim no novo horário oficial brasileiro e pagamos o preço por isso. Meus olhos abertos nas madrugadas teimaram em querer se fechar durante o dia. Resistir ao sono no trabalho foi façanha digna de um atleta olímpico. Devo ter quebrado a marca nas seguintes modalidades: pescada diante do computador, cochilada no ônibus, descida no ponto errado e soneca na hora do almoço; mas valeu a pena. Vale até aqui a emoção de cada conquista, cada medalha, cada jogada, cada disputa.

Vale a pena entender e torcer, de olhos bem abertos ou fechados, para que o tempo olímpico dure o ano todo, para todo o mundo.

"Beijin"

sábado, 9 de agosto de 2008

MEMÓRIAS

Recordo quando te vi
Teus olhos e seu brilho
Teus lábios, tua boca
Nosso beijo e meu sorriso
Ainda me lembro do teu abraço, nosso afago e carinho.

Tu eras como uma miragem.
Projeção e transferência inconsciente de meu desejo consciente.
Desejei-te desde o primeiro instante. Loucura e perdição, a minha.

Recordo quando partiu.
Tão diferente.
Estranha figura daquilo que fôra um dia, estranho desenho de meu sonho-pesadelo.

Agora não choro mais pois o tempo de minhas lágrimas é curto.
E o que fica então? Ficam as lembranças, ficam os retalhos dos retratos, ficam os esboços e rascunhos de quadros já envelhecidos pelo tempo, agora expostos na janela de minha alma.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

EM UM DOMINGO...

Estes dias tive a felicidade de passar por um momento que me fez tão bem que resolvi dividir com você.

Tudo aconteceu em um domingo cinza. Um amigo, destes que de tão amigo já é considerado como irmão, em viagem de retorno para sua casa, se propôs a fazer um desvio e vir me ver.

Bah!, como dizem os gaúchos, fiquei muito feliz! Este amigo é especial pois é amigo dos mais "antigos" que tenho. Quando passei por tempos ruins, era ele quem estava do meu lado e não importava muito se o meu humor era dos melhores; ele estava lá, do meu lado, dizendo o que devia ser dito e muitas vezes, mesmo sem nada dizer, falou muito.

Não nos víamos a pouco mais de um ano mas, não nego, eu estava com muita saudade de vê-lo, de conversa com ele cara-a-cara. Então ele chegou e foi muito bom abraçá-lo mais uma vez.

A saudade era imensa e abraçá-lo, meu amigo Pyo, deu mais saudade ainda... Obrigado por ser como você é e por permitir que eu aprendesse a amar você pelo carinho e força de nossa amizade. Deus nos ajude a sempre sermos amigos!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

VOCÊ PEDIU... EU QUERO!

O nosso Digníssimo Presidente da República em mais um de seus recentes discursos, aqueles em que ele aparece suado, bem posto em uma camisa "estilosa" falando como se ainda fosse um sindicalista a representar os menos favorecidos, a saber, os pobres, os de fato e não os de alma como muitos dos que com ele estavam ao palanque, disse em tom de ousada provocação ou seria apenas mera sugestão à massa expectante (??) que era chegado o tempo de cada trabalhador buscar, reclamar, pedir e sugerir aumento no recebimento pago pela prestação do serviço, o dito salário.

Pois bem, Senhor Presidente... já que eu tenho que falar com o meu patrão sobre o aumento para o qual eu tenho, além do direito justo, também a orientação de sua Ilustríssima pessoa então eu, em prece, assim procedo:

Peço-lhe a vós, que aumenteis o valor do mínimo para que o meu, que me é mínimo, seja também aumentado. Amém!
Aumentai também o valor da aposentadoria. Amém!
E por ser esta causa urgente, repito: Aumentai! Amém!

Não aceitarei um "não" como resposta. Não apresente as mesmas desculpas esfarrapadas, esquálitas e desavergonhadas de que não há verba, não há fundos... todos os meses há novos patamares para a arrecadação da aviltante máquina impostora-tributária - sem trocadilhos, por favor!

Faça a sua parte Senhor Presidente! Façam, senhores políticos.

Reze Pátria Amada, Rezemos Brasil!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

ADEUS SE DIZ SORRINDO

Na semana passada o mundo das artes se despediu daquela que, sem sombra de dúvidas, foi a mais debochada das atrizes nacionais Dolores Gonçalves Costa, mais conhecida como Derci Gonçalves.

Da origem humilde e infância pobre e difícil, esta mulher com muita garra, fibra, vontade e sem quase nenhum pudor conseguiu se fazer conhecida por aquilo que muitos não gostam de ouvir, outros jamais pronunciariam, mas que ela soube fazer sua marca registrada: o palavrão!

Entrevistá-la era tarefa dura até para o mais experiente repórter. Sustos, sobressaltos e rubores de face sempre acompanharam cada fim de frase. Cada resposta poderia ter tantos palavrões quantos ela achasse conveniente colocar... e ria, e como ria, da própria graça de ser como ela era.

Atravessou um século fazendo rir pelo menos três gerações de brasileiros. Para quem gostaria de chegar aos 100 anos ela foi além, para mostrar que tinha fibra viveu mais 1 e aos 101 viu fechar a cortina do último e mais importante espetáculo: sua vida!

Derci descansou... mas não o espetáculo!

E segue a vida....

domingo, 20 de julho de 2008

PAÍS TROPICAL. QUE PAÍS É ESTE?

Somos um país tropical.

Tropical no clima, na música, na moda e também na variedade de frutas que somente este espaço de terra geograficamente localizado entre as linhas imaginárias dos trópicos de Capricórnio e Câncer é capaz de possuir. O mais interessante de toda esta tropicalidade é que agora também nossas notícias nos telejornais e também nos jornais e revistas impressos aderiram ao movimento neo-tropicalista, que não é o mesmo que fez surgir a tropicália, que trouxe os novos baianos, que revelou tantos talentos, "ou não" - como diria Caetano -, de nossa música popular tropical brasileira.

Este movimento que eu chamei de neo-tropicalista fez abundar, sem trocadilhos, melancias, melões, laranjas, abacaxis, limões, côcos e bananas na mídia. Estas frutas nunca tiveram tanta evidência, é só uma pena que esta publicidade toda não tem nada a ver com os benefícios que o consumo destas pode trazer à saúde da população.

São laranjas em escândalos financeiros enquanto melancias e melões rebolam para uma audiência de bananas com seus cérebros mais duros do que cocos. Enquanto a vida segue no "país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza" a massa leva uma vida tão azeda quanto um limão, tendo que descascar vários abacaxis por dia, todos os dias afim de sobreviver nesta quitanda tupiniquim.

Neste país em que laranja virou moeda; melancia e melão sinônimo de bunda; abacaxi é o mesmo que problema e comer uma frutinha pode ser mal interpretado como vontade de experimentar algo mais 'delicado'... o que eu faço com a minha dieta frugal??

Chega de salada de fruta na televisão. Quero é fruta na mesa... e bom apetite!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A ESPERA DE UM MILAGRE

Tudo parecia sem perspectiva na vida de Tiago*, ou melhor dizendo, nada parecia. Tudo já havia desaparecido: a saúde, o trabalho, o dinheiro, os amigos, a família e até a esperança, que muitos dizem ser a última a nos abandonar em momentos difíceis, até ela também já estava de malas prontas, pronta para partir e com ela levar Tiago ou o que havia sobrado dele depois de sofrer por muito tempo em virtude de uma grave enfermidade.

Os especialistas, médicos, doutores e outros tantos senhores e mestres das ciências médicas e também alguns psicólogos, psiquiatras e terapeutas davam o caso de Tiago como sem solução, um daqueles pacientes para quem os doutores dizem que somente um milagre, e dos grandes, poderia ajudá-lo. Esta era toda a perspectiva e esperança para ele: esperança de milagre.

Tiago passa então dias, semanas, meses e anos esperando que um evento, que algo inusitado, único e diferente aconteça... o tal do "milagre" que os doutores informaram ser sua única esperança. Mas os anos foram se sucedendo e o "milagre" não veio. Nenhum sinal cósmico ou sobrenatural aconteceu. Assim eram os dias e as noites para Tiago, tudo comum, tudo o mesmo.

Foi então que aconteceu que Tiago ouviu falar de um homem-visitante que estava bem perto de onde ele morava e este alguém falava de algo novo, de uma novidade de vida, de uma vida nova, de cura. Do mais profundo de seu coração reapareceu a vontade de tentar, ainda que pela última vez, falar com este homem-visitante, afinal, para quem já não tem esperança, o que custa tentar mais uma vez?

O encontro aconteceu e Tiago ficou perplexo quando percebeu que de sobrenatural nada havia neste homem-visitante. Era ele um tipo bem comum. Mas pela primeira vez, depois de muitos anos, havia algo de diferente neste encontro e não era o lugar, não era o dia, não eram as pessoas ao redor... a diferença estava no visitante, na pessoa que parou para falar com Tiago.

O homem-visitante então, no meio da conversa, perguntou o que é que Tiago mais gostaria que acontecesse em sua vida. Então, prontamente, Tiago respondeu que o que ele mais gostaria que acontecesse era que ele pudesse sentir-se bem outravez e antes mesmo de Tiago terminar a frase, antes mesmo que ele pudesse sentir alguma coisa diferente, sobrenatural ou cósmica, ficou em pé e percebeu que sua paralisia não mais se manifestava.

O céu não ficou escuro, não houve trovões nem relâmpagos, nem terremoto, nem som de trombeta, nem nenhum espetáculo pirotécnico anunciando a proximidade ou a realização do milagre a tanto tempo esperado. Muito pelo contrário, o homem visitante falou e Tiago correspondeu, creu e suas pernas reviveram.

Eu espero milagres, isso mesmo, no plural, milagres, mais do que um; sei que você também espera pelo menos por um milagre em sua vida. Talvez trabalho, saúde, finanças, família, relacionamentos... são algumas áreas para as quais queremos milagres. Esperamos milagres e, se possível, que antes que aconteçam, algo sobrenatural nos avise que eles estão para acontecer. Contudo, se analisarmos a história de como o Homem-visitante, quando esteve neste mundo, fez seus milagres, não teremos nenhum soltar de fogos a anunciar que um milagre iria acontecer.

Crer que acontecimentos especiais, milagres, acontecem e existem é fácil quando vemos ou sentimos antes seus efeitos. As vezes queremos sentir antes para termos a certeza de que o que esperamos vai nos ser concedido ou vai acontecer conforme achamos que deva acontecer. Milagre é esperar, confiar, acreditar naquilo que ainda não recebemos, não vimos mas que sabemos será feito por nós e ou em nós antes mesmo que aconteça. É milagre e é fé.

O milagre que você espera acontece neste momento na sua vida e você ai parado, paralisado. Diz ai: você tá ai parado esperando o quê? Sentir um comichão, um arrepio, ouvir um som forte, brilhar uma estrela sobre sua cabeça? Só se tudo isso acontecer, e algumas vezes pedimos outros tantos sinais, é então que você e eu vamos começar a acreditar que milagres acontecem??

Tiago não esperou ouvir nada disso, nem brilho, nem som, nem nada de nada. O Homem-visitante falou e ele já experimentou a certeza de que algo iria acontecer, algo iria mudar e viveu o milagre antes mesmo que ele acontecesse em sua vida. Ficou em pé, ainda sem sentir as pernas fortes para depois perceber que suas pernas não mais eram mirradas e sem vida, mas sim fortes o suficiente para por o seu corpo em pé e conduzí-lo para onde ele quisesse e pudesse ir.

Não espere ouvir, ver, sentir nada de especial relativo ao milagre na tua vida. Viva o milagre antes mesmo que ele exista. Confie no Homem-visitante e quando Ele falar, fique em pé ainda que suas pernas tremam e seu corpo balance querendo cair... Ele te ajuda a levantar-se! Confie!!

* nome fictício
Texto baseado na palestra de Ranieri Salles

quarta-feira, 9 de julho de 2008

DO TEU PROBLEMA, EU CUIDO

Você já teve a coragem de dizer a frase acima para alguém?

Se já disse, meus parabéns! Você por certo entende e sabe traduzir em ação o mais nobre dos sentimentos, a saber, o amor. Este sentimento que quando é verdadeiro, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Mas para que este sentir seja autêntico, justo, fiel é preciso vir da única fonte plena dele, Deus, pois este não só sente amor, é a própria definição da palavra.

Para que haja amor é preciso que pelo menos quatro características essênciais sejam atendidas de forma conjunta, se uma delas faltar já não haverá amor de verdade. É preciso que haja cuidado, pois quem ama cuida. É preciso que haja respeito, pois quem ama respeita. É preciso que haja responsabilidade, pois quem ama se responsabiliza. É preciso que haja conhecimento, pois quem ama conhece.

Como posso ousar dizer que amo se não cuido, não tenho respeito, não me responsabilizo e tão pouco conheço? Se só cuido mas não respeito, não amo. Se respeito mas não conheço, não amo. Se conheço mas não me responsabilizo, não amo. Se tenho três características amáveis, digamos assim, mas me falta uma, não amo. Ter quase todas mas faltar uma é o mesmo que não ter nenhuma delas.

Somente depois que estas quatro características forem satisfeitas; somente se eu cuidar e respeitar e me responsabilizar e conhecer de fato quem está comigo, é então que estarei pronto para amar de verdade; o que foge disso é balela, é confusão de sentimento, é paixão e paixão passa, mas o amor fica.

Se pararmos um minuto para pensarmos em como o Divino, que eu chamo de Deus (você pode dar à Ele o nome que quiser), nos trata veremos que associado ao Supremo estas características são satisfeitas em sua plenitude. Ele cuida de nós, Ele nos respeita, Ele se responsabiliza por nós e Ele nos conhece como ninguém, logo podemos concluir que Deus nos ama, e particularmente, Deus ME ama.

Somente uma pessoa que ame verdadeiramente pode ter capacidade suficiente para dizer "do teu problema, eu cuido". Eu só conheço uma pessoa neste mundo que possa assim fazer. Em quem tenho eu confiado, ou quem sabe confidenciado, ou ainda esperado ajuda ou suporte ou solução para meus problemas e dificuldades? Para algum amigo ou amiga? Para gente que professa sentir amor mas que no fundo nem a si mesmo se ama? Somente um Deus que é amor em essência pode ser capaz de, não importanto as circunstâncias, dizer que cuida de mim, que me respeita, que se responsabiliza por mim e que me conhece; afinal Ele ME ama.

Pense nisso!

Baseado na palestra proferida por Eduardo Batista.
Obs.: Obrigado Luciana, sem você este texto seria incompleto. Valeu!!

domingo, 6 de julho de 2008

MARCAS NO CORPO, DESENHOS NA ALMA

Já faz algum tempo que um amigo falou comigo, feliz e dolorido da vida. Ele havia feito uma tatuagem. A figura escolhida foi uma Fênix e o local da aplicação de sei lá eu quantas inúmeras, trocentas agulhadas, as costas.

Perguntei então se ele não poderia ter escolhido um desenho mais simples e talvez menor, com menos agulhadas, para marcar o corpo. A resposta que ouvi então foi que a tatuagem era, ou melhor, é a representação externa de uma mudança radical e profunda na forma como ele encara a vida. Renascimento, tudo novo e diferente foram algumas das palavras que ouvi para explicar a escolha da ave, da Fênix.

Eu achei muito bacana a tatuagem, realmente ficou linda... até eu fiquei empolgado com a idéia e já estou pensando em fazer também um desenho ou ideograma, menor é claro, mas depois falo mais sobre isso. Quero me ater na representatividade da Fênix.

Fênix é um pássaro mitológico, único na sua espécie. Vivia por muitos séculos no deserto, porém, quando sentia estar próxima a sua morte, construía então um ninho de plantas aromáticas, que os raios solares incendiavam, e nele se deixava consumir. Da medula do ossos (algumas versões dizem que de um ovo posto antes do pássaro morrer queimado) nascia então um verme (ou então uma outra ave) que se transformava em outra Fênix e que dava início ao mesmo ciclo da ave anterior.

A mitológica ave que renasce é sempre a mesma. Não há nada de novo. É tudo igual. Não existe mudança nas atitudes do mítico ser emplumado. Tudo na vida da Fênix vai acontecer como sempre aconteceu, sem novidade, sem mudança de atitude, sem diferença alguma.

E eu agora pergunto: Então é este o ser representativo para mostrar que internamente eu mudei, que sou outra pessoa? Este ser sempre igual, sempre o mesmo??

Marcar o corpo pode ser fácil, apesar da dor; difícil é mudar o interior, fazer novas escolhas, ter novas posturas diante das escolhas que a vida nos oferece. Renascer para uma vida nova é mais do que um desenho no corpo; é desenho na alma.

sábado, 5 de julho de 2008

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Quase que no fim desta semana nós paulistas, e aí pouco importa se somos paulistas residentes fixos ou temporários, paulistas de nascimento ou adoção, percorremos o caminho real, por conta de uma crise no mundo virtual, do céu até o inferno e de volta ao céu cibernético, internético. Ficamos com o serviço de acesso à rede mundial de computadores seriamente danificado. O estado quase que decretou feriado ou ponto facultativo.

Eu também, paulista residente fixo, paulista de nascimento - já estou devidamente classificado - fiz o tal trajeto céu-inferno-céu. Foi então que vi, percebi, entendi e me surpreendi com o quanto estou dependente deste tal computador, desta tal internet e deste tal serviço de acesso. Sabe que até senti uma saudade da velha máquina de escrever, dos arquivos de metal com inúmeras pastas tudo em papel, paupável, tangível, real, visível.

Particularmente não fui muito prejudicado: alguns emails respondidos com atraso, a redação de um boletim informativo cancelada, uma pesquisa de preços adiada e mais nada.

O saldo da semana até que não foi ruim. Não sei ainda se fiquei mais feliz com a volta da minha conexão de acesso à internet ou com a libertação de Ingrid Betancourt! ???

Acho que no fim é tudo libertação: da vida real, do universo virtual.

Mas e você... ficou mais feliz com o quê?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

COM O QUE VOCÊ CANTA?

Estes dias, enquanto ouvia um coral aqui da cidade, em seu ensaio, fazer o aquecimento vocal, fiquei pensando sobre música, som, tom, afinação, notas, ritmo ... e então deparei-me com a pergunta título deste texto.

Há belos cantores e cantoras e corais; lindas apresentações de gente que canta e as vezes encantam com suas vozes afinadas, bem postas, bem entoadas mas contudo não conseguem emocionar. É como se partituras, compassos e notas não tivessem ... alma !?

Há ainda outros, principalmente no meio cristão-evangélico, que cantam com as mãos para aqueles que por qualquer motivo não podem ouvir ou tem a compreensão do som prejudicada. Por vezes esta forma de cantar também não alcança corações e mentes. É bonito, estéticamente lindo, mas parece faltar-lhe ... alma !?

Posso então afirmar que tão importante quanto técnica, voz e expressão corporal, é essencial que exista sentimento, que se sinta a alma, que aquilo que é cantado possa tocar a alma de alguém.

Faço votos que a música que você entoa, que por tua vida ecoa, seja originada de tua alma, que tenha essência, que seja sentida por você em primeiro lugar para então esta canção ter o poder e a capacidade de tocar quem te ouvir cantar ou cantarolar, ainda que desafinado, fora do tom ou do ritmo.

Que exista na música da tua vida, verdade!
Então é hora e tempo de cantarmos... cantemos! Sintamos vir do profundo da alma a música.

domingo, 29 de junho de 2008

AGRADECIMENTO

Oi pessoal!

Meu humilde 'bloguinho' faz 6 meses de vida e eu fico muito feliz com isso. Mas fico mais feliz ainda ao perceber que pude, nestes poucos 6 meses, fazer novos amigos e trocar idéias com você que passa por este espaço, pára, lê, concorda, discorda, divulga... esta é a idéia principal. Ser um www para fazer parar e pensar.

Eu faço então uma pausa e recomendo para quem leu, ler de novo; para quem ainda não leu, que leia... os textos que me deram muito prazer escrever.

Janeiro - 20.01 - É tudo vaidade, é correr atrás do vento

Fevereiro - 17.02 - Quando anjos voam

Março - 19.03 - Ao meu amigo

Abril - 10, 11 e 14.04 - Crônicas da cidade - no busão I, II e III

Maio - 01.05 - Na traaaaave!!

Junho - 12.06 - Amar é verbo

Forte abraço,

quinta-feira, 26 de junho de 2008

PULA A FOGUEIRA

O Nordeste, em festa, saúda os santos com muita dança, comida, festa, cor, luz e energia e haja disposição. Durante quase 30 dias só se pensa, respira, só se vive para a quadrilha, para a festança... se esquece a seca, a falta d'água, as dificuldades, a fome e a miséria e se joga na dança... olha a chuva!! É não, é não!

O Norte é só preparativos para a festa de bois. Azul ou vermelho, vermelho e azul, juntos ou separados. O espetáculo do boi-bumbá em Parintins é certamente mais um espetáculo da cultura nacional caprichosamente garantida.

O Sul do país, enquanto o norte e nordeste pegam fogo em festa, treme de frio e tenta se manter aquecido. É, para quem quer ver e gosta, época de neve, lagoas congeladas, campos cobertos de geada e o maravilhoso café-da-manhã colonial oferecidos nos hotéis e pousadas das regiões serranas.

O Sudeste, espremido entre o sul e o nordeste não sabe muito o que fazer, não sabe se trabalha normalmente, treme de frio ou brinca de quadrilha. Há quem fica, há quem sai, há quem brinca, há quem espera e torce para que o engarrafamento diminua nestas cidades que não dormem.

No Centro-oeste tudo também é festa, só que festa com o dinheiro público. Deputados e senadores recebem "carta branca" para, a título de visita às suas bases eleitorais, pularem o São João, São Pedro e Santo Antônio, teoricamente, junto aos seus eleitores. Uma semana de folga, nada de trabalho e tudo de salário.

Assim fica o Brasil em junho. Festa no norte e nordeste, frio no sul, apatia e trabalho no sudeste e no centro-oeste a mesma velha e conhecida quadrilha junina, julinha, agostina, setembrina... todo o ano, o ano todo.

"Pula a fogueira, Iaiá. Pula a fogueira Ioiô..."

quarta-feira, 25 de junho de 2008

LEI SECA

Na última semana os meios de comunicação tem dado ampla divulgação à nova lei que proíbe e tipifica como crime culposo o motorista que for pego conduzindo veículo após ter ingerido álcool. Há a turma do "eu concordo", há a turma do "eu discordo", uns crédulos, outros incrédulos acerca do efetivo cumprimento desta lei.

No meu particular ponto de vista, e sou do grupo do "eu concordo", já passou o tempo de termos leis mais pesadas, severas e duras para com estes assassinos e homicidas em potencial que, imbuidos de toda a coragem e covardia etílica, conduzem seus veículos com toda a irresponsabilidade que é peculiar da vida regada a cervejas, choppes, caipirinhas, martinis, vodkas, uísques e outros destilados.

A lei deve ser seca e rigorosa para que depois o teu e o meu rosto não sintam a fria e úmida gota de uma lágrima a descer dos olhos em uma cerimônia de adeus.

Bebida e direção... definitivamente NÃO!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

FEIJOADA COM SUSHI

Já se foram 100 anos ou aproximadamente 36.500 dias que experimentamos nosso primeiro sushi... e gostamos!

E junto com o sushi vieram o sashimi, o shoyo, o wasabi, a cerimônia do chá, o saquê, o tofu, o tempura e o yakisoba. Também vieram o kimono, o samurai, o origâmi, o karaokê, o bonsai, a ykebana, o karatê, o judô e o ofurô. Ainda tinha na bagagem o kaizen, a yamaha, a honda, a fuji, a hitashi, o ultraman, o godzilla, o dragon ball, o mangá... ah sim e a toshiba, afinal nossos japoneses são melhores do que os outros.

À todos os Sato, Suzuki, Tanaka, Morita, Takeda, Miura, Yamada, Nakamura, Sasaki, Nishimura, Kojima, Ono, Watanabe, Nakano, Takahashi, Yoshida... nisseis e sanseis...

Obrigadô! Arigatô!

BANZAI!! BANZAI!! BANZAI!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

MEU DIA DE "O APRENDIZ"

Esta semana foi um pouco tumultuada ou pelo menos posso dizer que começou de forma não tão, a princípio, tranqüila.

Foi na segunda-feira que, por volta das 15h, fui chamado à sala do dono da empresa, pelo próprio. No pequeno escritório aonde existem mais cadeiras do que pessoas que as ocupem, éramos em 3 - eu, o chefe e uma senhora amiga do chefe - os vivos, nas cadeiras que por sua vez estavam em maioria, eram em 7.

Fui então à sala do chefe, sala da presidência, como ele mesmo gosta de denominar o próprio espaço que para ser presidenciável muito falta e pouco têm. Há na vida momentos em que a objetividade é requerida e este foi um deles. Ele falou, deu uma volta imensa na retória verborrágica costumeira de sua fala - mais ou menos como eu fiz agora - e ao final disse que eu estava demitido.

Me senti quase como um dos participantes daquele reality show aonde um empresário escolhe quem entre alguns candidatos será o seu mais novo funcionário ou sócio. Ao felizardo, neste programa de seleção, lhe é poupado o ouvir a frase: "Você está demitido." Eu ouvi a frase, mas não foi de um grande empresário, nem grande, nem empresário.

Se estou desempregado? Tecnicamente, não. Para que eu estivesse desempregado era preciso que eu empregado houvesse sido; para ser empregado necessário era que eu tivesse sido oficialmente registrado, o que não aconteceu; portanto estou como antes. Oficialmente nada mudou.

Livre é como me sinto; para sonhar, planejar e agir em busca de um mínimo de dignidade profissional, respeito e verdade.

O que posso dizer que aprendi? Aprendi que toda a organização, toda a empresa, todo o empreendimento terá a cara, o jeito, o estilo do seu gestor principal. Valores, princípios, conduta e caráter são transferidos, ainda que de forma inconsciente, para os negócios da vida nossa de todo o dia.

Certo estou que hoje tenho mais preparo para o novo desafio profissional... e que venha logo.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

AMAR É VERBO

Amar é verbo e verbo é palavra que expressa uma ação no tempo, então: eu amo.

Amar é verbo que pede uma ação em resposta, então: tu amas.

Amar é verbo e então concluo que: ele ou ela ama.

Amar é verbo que se espalha, então: nós amamos.

Amar é verbo que se multiplica, então: vós amais.

Amar é verbo que expressa, pede, conclui, espalha, multiplica e contagia, então: vocês amam.

Eu já amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, elas amaram.

Eu amarei, tu amarás, ela amará, nós amaremos, vós amareis, eles amarão.

Se eu amasse, tu amasses, ele amasse, nós amássemos, vós amásseis, elas amassem; por certo então eu amaria, tu amarias, ela amaria, nós amaríamos, vós amaríeis e eles amariam.

Mas eu amava, tu amavas, ele amava, nós amávamos, vós amáveis, elas amavam.

Amando ou amado. Ame, amemos, amai, amem.

Hoje, mais do que ter é preciso ser amor e assim amar, amares, amarmos, amardes, amarem.

Então que eu ame, tu ames, ela ame, nós amemos, vós ameis, eles amem.

terça-feira, 10 de junho de 2008

PROJETO BRASIL

Já faz algum tempo que consegui elaborar uma idéia de solução para melhorar a vida ou a qualidade de vida da maioria de nós brasileiros no tocante ao uso dos serviços - ou desserviços - públicos prestados.

A Constituição Federal, no Capítulo III, dos Direitos Sociais, reza e dita que uma série de serviços devem ou pelo menos deveriam ser oferecidos e prestados ao cidadão. Sabemos entretanto que não é bem como está escrito que tudo se processa e se acessa e se presta. Na República Arrecadativa de Impostos Brasileira, os direitos sociais são oferecidos de forma indigna, inversamente proporcional aos valores arrancados do bolso do contribuinte.

A razão de tamanha desigualdade e injustiça é mais simples do que os cálculos fajutos e mirabolantes, do que as pseudo-razões e desculpas esfarradapas que são apresentadas para a criação, majoração, aumento e nunca para a redução de impostos, taxas, tributos e mais recentemente, contribuições provisórias, eternas ou sociais.

Eis o motivo da desigualdade: quem cria ou faz criar leis e decretos modificadores da política tributária e fiscal não é o mesmo agente que usa ou pelo menos deveria usar os serviços públicos para os quais os aviltantes impostos são ou deveriam ser fonte de recursos, caso não houvessem esquemas diversos, vários e variados de desvios.

Quem vê algum "nobre político" utilizando o serviço público de saúde, educação, transporte, previdência social ou melhor ainda... recebendo o salário padrão nacional? - aquele denominado mínimo mas que se ao menos mínimo fosse seria suficiente para que saúde, educação, transporte e previdência social fossem acessíveis com dignidade à todos os cidadãos -, Quem vê??

Se este pedaço de terra fosse governado por gente séria, certamente seríamos como nossos tios do velho continentem, da terra do bacalhau, do sol-da-meia-noite.

Eis a proposta de solução:

Transporte: Sejam os políticos obrigados, por força de lei, a utilizarem o transporte público pagando por isso e sem qualquer privilégio. Rapidamente veríamos uma profunda e significativa mudança no setor. Frota nova, conforto, comodidade, horários respeitados, limpeza, higiene, nada de gente apertando gente.

Saúde: Sejam estes mesmos políticos obrigados a, quando em função de desordem de sua saúde ou da saúde dos seus, correrem para hospitais e postos de saúde que invariavelmente estão mal-equipado, superlotados, sujos e inacabados. Nada de hospital particular com ambulância e quarto individual... nã-nã-não, assim não vale! É pra usar o que a maioria dos brasileiros usa: a rede oficial, pública. Quando isto acontecer, dos políticos utilizarem a rede oficial de atendimento à saúde, notícias anunciando o caos na e da saúde pública serão manchetes de velhos jornais.

Educação: Que ainda estes mesmos políticos sejam obrigado a colocarem seus filhos e quando necessário for, eles mesmos, naquela que deveria ser exemplo e modelo de formação educacional, preparando gestores, comandantes e operários do progresso nacional mas que há muito encontra-se surrada e despida de qualquer investimento, inclusive intelectual, que lhe outorgue a honra devida, a saber: a escola pública.

Salário: Para que tais projetos sejam viáveis e como forma de proporcionar a estes novos brasileiros as condições necessárias de transporte, saúde e educação, recebam então o direito de cumprir a rigorosa jornada de trabalho, como determina a lei para a maioria da população e ainda mais, recebam o mesmo salário e a remuneração que recebem os brasileiros não-políticos, sem vantagens, mamatas ou esquemas de qualquer espécie com objetivo de aporte financeiro à título de ajuda ou benefício.

Se assim acontecesse então certamente haveríamos de experimentar a tal justiça social e o capítulo III da Constituição Federal haveria de fazer todo o sentido.

Está ai o desafio. Há apoio? Favoráveis? Contrários?

sexta-feira, 6 de junho de 2008

PELO DIA DO MEIO AMBIENTE

Pense em sua vida, suas atitudes, seu hábitos de consumo, seus costumes e marque dos quadros abaixo aquilo que você já fez ou faz ou pensa em fazer.

( ) ficar horas no banho com o chuveiro ligado;
( ) não comer toda a salada de rúcula, acelca, chicória com jiló;
( ) no sábado ou domingo a noite preferir ligar para pizzaria do que preparar sua própria refeição;
( ) ficar aborrecido se o mercado não tem sacolas plásticas com alças reforçadas para levar suas compras;
( ) já joguei papel de bala no chão, na rua, mas não na lixeira;
( ) tenho ou já tive roupa de lycra;
( ) bom mesmo é sair de carro, esta coisa de ir a pé é para pobre;
( ) celular, computador, microondas, geladeira e televisão; não sei como viveria sem qualquer um deles;
( ) já soltei "pum" em local fechado ou mal ventilado;
( ) já matei um animal e não foi para alimentar-me, por exemplo: mosquito, formiga, barata.

Se você assinalou mais do que 3 alternativas saiba então que você não está preparado para uma convivência ecológicamente correta... mas tudo bem, o mundo continua lindo.

Cuide bem do que é seu. Ajude a preservar o meio ambiente.

Este texto é em comemoração ao dia de ontem, fazendo hoje, pensando no amanhã.

Preserve! Preserve-se!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A VIDA NA FILA

Você já parou para pensar em como você gosta, ainda que expresse conscientemente o contrário, de uma fila?

Não importa o tamanho, a razão ou o motivo. É quase instintivo, místico, sobrenatural a atração exercida pela fila pois quando você se dá conta já está em uma, duas, em várias e por mais que proteste, esbraveje e até use de um linguajar que possa vir a ser considerado baixo e vulgar - ô fila do c_cete! -, no fundo, ou melhor, no fim da fila você gosta sim.

Este pedaço de terra brasileiro parece possuir o dom e a habilidade de gerar, gerir, multiplicar e acrescentar pelo menos uma nova fila ao nosso dia-a-dia já bastante enfileirado de coisas. Talvez se como nossos pais lusitanos denominássemos a fila como eles a chamam, nossa atração por estas sofreria sensível diminuição. Afinal, quem gostaria de entrar numa bicha?!

O fato é que temos bichas, digo, filas para quase tudo o que fazemos: fila para entrar, fila para sair. Fila de gente, fila de carro, moto, caminhão, ônibus, avião. Fila no banco, no mercado, no estacionamento, na escola, na faculdade, no consultório, no hospital, no ambulatório, no laboratório. Fila no restaurante, no cinema, na boate, na baladinha, no elevador, no banheiro, no chuveiro. Fila na padaria, no açougue, no boteco da esquina. Tem até fila para pegar senha para outra fila, é o que chamamos de fila solidária.

Fila para contratar, fila para demitir. Fila para abraçar, fila para despedir. Fila para namorar - quem nunca ouviu ou disse a frase: "a fila anda."? Fila de casamento, fila de separação. Fila de implante, fila de transplante, fila de doação.

Talvez as mais modernas sejam as fila de conectividade: fila aguardando conexão, fila de download, fila de upload, fila para receber e enviar email e tem ainda a pior de todas as filas, a fila de tele-atendimento.

"Não desligue. Sua ligação é importante para nós. Dentro de 300 minutos vamos estar atendendo." aaaaAAAii!!!!!!

Tem fila grande, fila pequena. Fila reta, fila torta. Fila fina, fila grossa, tem até fila dupla. Tem fila chique, glamurosa, fila brega, fila pobre. Tem fila que anda, que se arrasta e tem aquela que não anda.

Tem o fura-fila.

Não importa se você já experimentou ou experimenta diariamente uma ou mais modalidades ou situações enfileiradas. O fato é que até para você nascer, mesmo sem saber, você enfrentou uma fila medonha e para tua sorte você não reclamou, não desistiu e nem ficou pelo meio do caminho.

Em fila nascemos, vivemos e morreremos. Todos juntos, agrupados, enfileirados. Resta saber se você vai se encontrar comigo na fila de subida ou descida!

terça-feira, 3 de junho de 2008

VENDO O INVISÍVEL

Já faz alguns dias que uma idéia, uma frase, tem trazido um certo grau de incomodo cerebral. Como se os meus neurônios estivessem pedindo para que suas sinapses se transformassem em texto e então postas em papel e depois expostas no intangível universo do mundo virtual.

Você já viu alguém invisível?

Não, não! Não falo aqui de experiências místicas, sobrenaturais ou do mundo do "aquém do além adonde veve os mortos", como dizia o vampiro-brasileiro, Bento Carneiro. Falo de ver ou melhor, de não ver quem está todo o tempo ao nosso redor. Falo de pessoas, de gente e gente viva.

Estas visíveis-pessoas-invisíveis nos observam, nos prestam serviços, nos olham e olhamos nós para elas também mas é como se elas não estivéssem ali; nossos olhos vão além e nada vêem a não ser a difusa forma humana sem rosto, sem corpo, sem alma.

Nas ruas, nos supermercados, nos shoppings, nos coletivos, nas igrejas, nas casas... o exército de visíveis-invisíveis é imenso e a todo o tempo aumenta mais. São indigentes, abandonados, garis, domésticas, empregados, vizinhos, visitas... para com estes e outros tantos por vezes agimos com impessoalidade. Não damos a atenção sequer mínima de num ato de cortesia e civilidade expressar, com um cumprimento, uma saudação, votos de respeito.

A ciência já comprovou os benefícios que existem no simples ato de desejar, por exemplo, um bom-dia aos outros. Mas eu, nós, insistimos em esconder nossa, minha, incapacidade de ir além de mim, nós mesmos.

Ver o visível-invisível requer exercício de doação; de esvaziar-se do orgulho jactante ou da timidez enclausurante e valorizar o outro porque ele é como eu, nós, somos: pessoa. Tem rosto, tem corpo, tem alma.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

NA HORA DO ADEUS...

Ontem foi o dia da tua despedida. Como amigo que fui quando teu coração ainda pulsava, estou aqui para deixar registrada a minha dor por tua tão prematura partida e a saudade que sentirei de quando brincávamos, conversávamos, das vezes que sentamos e ficamos juntos vendo o mar.

Entender o que aconteceu, eu entendo; entretando a tua lembrança é recente, forte e bem presente, então ainda não posso, não me acostumei com a idéia da tua ausência. Você não deveria estar aí dentro deste "casco" e eu aqui fora, impotente para tirar você daí e voltarmos a caminhar com os pés sujos de areia e molhados da água do mar.

Ficarei com as lembranças das horas compartilhadas e a saudade do último abraço.

Você escolheu ir... eu preferi ficar.

Até mais ver... saudades!

domingo, 25 de maio de 2008

É PAU, É PEDRA, MAS CADÊ O CAMINHO?

O que você fez no último feriado?

Eu não sei o que você fez mas eu, neste último dia de folga, enquanto o mundo católico-cristão caminhava em procissão por ruas finamente decoradas com tapetes de sal e serragem em belíssimas composições, eu andei e caminhei quase que por penitência em busca de elevação, mas não espiritual, elevação geográfica: o maciço da Pedra Grande, em Atibaia, interior do estado de São Paulo.

Fui desperto pelo celular. O sol ainda escondido e eu idem, sob cobertas. Levantar é preciso e levantei. Arrumei a mochila, etc e tal e as 6h da manhã já estava no local marcado para o encontro com os outros companheiros desta aventura que iria durar mais tempo do que o tempo de exposição dos raios solares.

E chegou mais gente, mais carros e agora são as gentes dentro dos carros. Carros partem, vão pela estrada e tem pedágio - isso é um roubo! - e mais estrada e curva e ponte e já se pode ver a Pedra. Mas não é que a dita daqui parece tão pequena, tão diminuta... vislumbre de fácil acesso.

Os carros param. Relax. Organização. Prece. Hora de começar a andar. Pausa. Instrução. Voltamos a caminhar. O asfalto plano ficou para trás, agora é terra batida, solta, poeira e subida; e sobe e é sol... cadê a água?

Na subida tem mato, tem flor, tem espinhos, tem galho solto, queimado, seco, esturricado. Tem gente com medo, gente sem medo, gente falando, cantando, rindo, gritando... ops! tem gente perdida!!

Agora já é um tal de por aqui sim, por ali não. A trilha certa já sumiu e a tal Pedra, aquela dita Grande, ainda ninguém viu. Tem mato mas cadê a trilha? Tem gente lá em cima e gente lá embaixo. Achamos uma pedra. Fotos!!

Instrução de seguir em frente ainda que em frente, para o alto e avante sejam direções relativas. Relativo passa a ser o tempo de retorno. Alguém sabe para onde raios estamos indo? Cuidado com o caminho: é de pedra e tem espinhos.

Reunião. Pausa. Descanço. Seguir, continuar a andar. A hora passa e passa também a dor, a fome, o desgaste. O povo canta e ri e acha graça da quase desgraça de estar perdido no mato.

Ouço vozes, vejo a luz, vejo gente reunida, vejo pedras mas todas pequenas demais para que qualquer uma delas tenha a pretensão de ser denominada de Grande. Mais uma pausa... agora sim saimos da perdição. Refeição. Mais disposição. Parte do grupo retorna agora pelo caminho certo, a outra parte prossegue rumo ao destino, ver o horizonte lá do alto, como passarinho.

O corpo dói. Cada passo, cada degrau já é sentido por todas as fibras musculares. É preciso prosseguir, ir a diante, agora falta pouco e olhando para o céu já posso ver pássaros diferentes, eles tem as asas coloridas... uhuuuu!! Só mais esta subidinha e estou lá. Ouço gritos... seriam selvagens índios em celebração?

Eu chego. Eu vejo. Eu também grito e então sinto o vento. O corpo já não dói... valeu a pena!

Consigo disposição para escalar o último trecho na pedra, agora sim a Pedra Grande e então agradeço, relaxo, desmaio, esqueço a dor. Observo o sol dourado também descansar no horizonte. Foi-se o sol para seu repouso, vou eu também para o meu.

Atravessei a dor, bem mais forte do que sou.

Valeu!!

sábado, 24 de maio de 2008

NÃO APRESSO A PRECE

Gosto de pensar que quando elevo ao céu meus pensamentos, entendendo e reconhecendo que sou criatura e que como tal dependo de um Criador, o Ser Supremo pára tudo o que está fazendo somente para ouvir o que tenho a dizer.

Invariavelmente peço por mim, meus projetos pessoais e profissionais, por minha vida. Peço por minha família, a de sangue e a de coração; por meus amigos... falo da saudade que tenho de uns que estão geograficamente distantes e também da necessidade de perdoar outros que agiram com vilania para comigo. Agradeço então as inúmeras manifestações do cuidado, carinho e amor Dele por mim.

Agora já não falo nada. Quieto, espero ouvir a voz de quem me ouve. Ao redor posso sentir o silêncio, o vento, a quietude e então percebo nitidamente que o meu Criador já não está assim lá no alto de um céu distante, mas ao meu lado. Não estou mais sozinho.

Que bom seria se o tempo pudesse parar neste instante. Sem pressa, sem hora, sem agenda estar e ficar pensando e falando com o meu Criador e Ele comigo.

Não tenho pressa. A hora passa e eu... em prece.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O QUE ME FAZ TRISTE...

Da série "Desvendando o Iceberg", eis uma pequena relação de coisas que me deixam assim beeeem triste mesmo.

01. Esquecer as coisas
02. Perder por um ponto
03. Ser esquecido
04. Gente triste
05. Sair de férias e encontrar chuva
06. Sentir saudade
07. Meu nome no meio da fofoca
08. Segundas-feiras
09. Salário-mínimo, o meu

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O QUE ME FAZ FELIZ...

Da série "Desvendando o Iceberg", eis uma pequena relação de coisas que, agora pensando e tentando não usar a barreira da consciência moral, me deixam felizão. Alguns destes abaixo relacionados conseguem derreter-me

01. Caminhar na praia
02. Comer brigadeiro, cajuzinho, sorvete...
03. Ser lembrado no meu aniversário
04. Abraço - abraçar e ser abraçado
05. Receber o salário
06. Ler seu comentário sobre este blog
07. Rodízio de massas
08. Dar umas boas beijocas
09. Tocar piano
10. Ficar sem fazer nada
11. Ver minha coleção de moedas
12. Dormir abraçadinho
13. Acordar abraçadinho - melhor ainda
14. Feriado
15. Dormir cedo na sexta-feira a noite
16. Conversar
17. Juntar feriado com fim de semana - muuuuuito bom
18. Fazer surpresa para meus amigos

quinta-feira, 15 de maio de 2008

DEGELO

Amigos leitores, fãs desta coluna, muita calma nesta hora!

Agora não é mais o frio que atrapalha. Esta pedrinha de gelo aqui tem repousado pouco, só na baladinha low-profile, tranquilo como sempre fui. Dos "icebergs" que conheço sou o mais calminho.

Tenho também aproveitado o tempo para dedicar parte das horas do meu dia a um programa regular de estudos, afinal, deve existir uma oportunidade de trabalho condizente com o raio do meu perfil profissional. Este domingão próximo estarei para os lados de Bragança Paulista. Torçam, vibrem, façam suas preces por mim!

Ah sim... também tenho aproveitado as horas de relax vendo filmes! hehehe... não sou de ferro! Um amigo tem conseguido alguns, digamos assim "generic dvd" - captou a mensagem? rsss!! Salve o Emule!!!

Vou que vou! Estou que estou... feliz na e da vida!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ERA DO GELO

Informamos que o inverno se aproxima, avizinha, acerca.

O autor passa as noites outrora de profícua produção literária agora em profundo tremor congelante. Descobri que sob cobertores e edredons a criatividade no pensar e escrever não flui como se sobre as cobertas estivesse.

Se era de gelo o texto eu não sei. O frio sim, este é de lascar!

terça-feira, 6 de maio de 2008

BALÃO-MÁGICO

Estes dias fui surpreendido pela notícia de umas luzes, quer dizer, fenômenos luminosos no céu paulista. Rapidamente veio o veredito popular e aí não importava se a base era científica ou etílica: era ET, disco-voador, OVNI. Eu mesmo, confesso, pensei se tratar dos parentes daquele ET barbeiro que despencou em Varginha.

Fiquei animadão. Finalmente uma coisa diferente como notícia. Não mais um casal dissimulado na TV tentando explicar o inexplicável. Agora era gente que estuda, cientistas falando de luzes, de tragetória, de história, explicando fatos... ou seriam boatos??!

Mais alguns dias se passaram e veio a confirmação. As luzes, o clarão era apenas um balão destes em homenagem a São João e outros santos juninos. Caí no riso ao pensar que para economizar nas férias, tem ET trocando a Enterprise por um bexigão de festa - se liga aí Dr. Spock!

Que a força, ou a falta dela, esteja convosco!

Fui! Para o alto e avante!!

A trilha sonora desta odisséia? "Super-fantástico, do balão-mágico, o mundo fica bem mais divertido..."

segunda-feira, 5 de maio de 2008

PONTE SOBRE O ABISMO - II

Já faz mais de um mês que escrevi sobre um muro, um abismo e uma ponte. Ontem comecei a construir a ponte por sobre o abismo.

Como estou me sentindo? Assustado e feliz. Sou ao mesmo tempo uma mistura de arquiteto visionário, engenheiro cético, pedreiro dedicado. Vejo a ponte perfeita, acho que ela pode ficar perfeita, trabalho para que ela fique perfeita.

É tudo confuso demais, novidade demais; é exercício de confiança, de perdão.

Hoje o dia está diferente. Deve ser a ponte!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

NA TRAAAAAVE!!!

O ex-craque-artilheiro Ronaldo, mais conhecido como o Fenômeno entrou numa fria fenomenal quando buscava divertimento.

Com vontade, saudade (será???!!) de recordar o tempo em que fazia gol-de-placa, quando o placar era sempre a seu favor em 1 X 0, depois de uma baladinha entrou no possante carro e após uma voltinha encontrou 3 lindas garotas (ou quase isso) disponíveis para agradáveis momentos; esta seria mais uma jogada de mestre do semi-hemi-craque: rápida, barata, segura e sigilosa. O dono da lesão joelho-patelar mais famosa do mundo futebolístico não contava com a jogada dura do, quer dizer, das quase adversárias, que gostaram do jogo e passaram a comandar a partida.

O jogo foi para a prorrogação depois que o famoso jogador descobriu, aos 45 minutos do segundo tempo, que o time convidado para a festinha trazia na bagagem bolas e traves. Dai pra frente a partida ficou tensa para os dois lados, um time acusando o outro de entrada dura, dividida desleal e pegada maldosa; será???

O estranho é que da partida não se sabe o resultado final. Se foi 1 X 0 para o craque ou 1 X 0 para as visitantes ou se o jogo terminou empatado. A televisão não mostrou o ou os gols! Será que a bola bateu na trave e não entrou, foi pra escanteio ou tiro-livre? Verdade seja dita, este jogo só teve lance pra lá de duvidoso.

Sobrou para o Fenômeno explicar desde a sua masculinidade até quem foi que convidou quem para esta pelada medonha.

O inicialmente previsto saiu: devagar demais, caro demais, perigoso demais e todo o mundo ficou sabendo.

Troféu bola-murcha vai para Ronaldinho, o Fenômeno!! Placar final: 1 X 0, só não se sabe bem para qual lado.

Saiu; pagou; não comeu; só levou fumo e frango, quer dizer, franga!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

COISAS PRA NÃO FAZER...

Coisas que fiz, tenho lembrança e não recomendo. Não necessariamente na ordem de importância, relevância ou lembrança.

01 - Comer jiló
02 - Ficar exposto ao sol sem protetor solar
03 - Mastigar perna de grilo
04 - Dizer que ama quando não ama
05 - Pegar ônibus lotado
06 - Soltar pum dentro do elevador
07 - Aceitar a primeira proposta de trabalho
08 - Usar além do limite do cheque especial
09 - Dizer que sim quando quer dizer não
10 - Fazer musculação sem aquecimento
11 - Levar ponto sem anestesia
12 - Tomar chá de hibisco
13 - Comer muita fritura
14 - Emprestar dinheiro para amigo
15 - Comprar biscoito na promoção
16 - Votar no Lula