quarta-feira, 28 de julho de 2010

CROMOSSOMOS PARECIDOS

Maldita é a herança genética.

Não aquela cromossomicamente transmitida, herdada, no DNA gravada.
Malévola é a carga descarregada de bons sentimentos, sem afeto, sem respeito.

Crias que o tempo cria, que o mundo molda, em pleno desespero existencial na indelével rebeldia de um total desespero, desamor.

Rebentos sem coração.

Farrapos humanos, desalmados, presos ao desassossego de uma mente doente, carente em todos os aspectos e nuances do mais nobre dos sentimentos: o amor.

Formas humanas sem contudo o serem.

Cisternas vazias de educação.
Fartas nascentes de ganância e grosseria a espalhar seu veneno, fazendo matar toda a esperança de um convívio fidalgo, cortês.

Pobres almas aflitas!
Exultai hoje, agora enquanto tendes nas mãos o cetro e na cabeça a coroa sem pensar no dia de amanhã.
Continuai a maltratar os que vos cercam e servem.
Prossegui no trabalho de espalhar laços no caminho de quem se avizinha.
Admirai com satisfação o sofrimento que causais.
Mais uma vez digo: exultai hoje, agora!
Contudo, temei e tremei diante do dia depois de hoje, quando tiverdes que prestar contas.

Orai desde agora por vossas almas para que delas alguém se compadeça e que vossas memórias não sejam apenas a fria lápide esquecida em um campo de paz.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

TEMPOS MODERNOS

Um dos maiores desafios do presente século e para os anos vindouros é o que diz respeito a qualidade de vida e mais especificamente como alimentar uma população que não para de crescer.


Os avanços na produção de alimentos mais resistentes as pragas, as adversidades climáticas e a criação em larga de seres biológicos comestíveis – quem nunca comeu um hambúrguer de carne de “ave”? – fez e faz com que a geração fast-food aumentasse e ainda aumente a cada dia.

Crianças são incentivadas pelos próprios pais a consumirem uma alimentação mais moderna composta de lanches saborosos porém potencialmente fatais. Até mesmo as opções ditas “naturais” não passam de coquetéis venenosos pois apresentam em sua composição níveis quase fatais de açúcar, sal, conservantes e hormônios.

O resultado desta alimentação moderna, prática, saborosa e quimicamente enriquecida com vitaminas e também veneno é visível nas ruas e consultórios médicos. Para citar apenas um exemplo dos efeitos desta comida moderna: o aumento no número de pessoas obesas tem feito crescer a busca por tratamentos, dietas e até terapias alternativas por parte daqueles que se tornaram viciados em uma alimentação desequilibrada.

Alergias; alterações no metabolismo; distúrbios hormonais; baixa resistência imunológica; diabetes; pressão alta; disfunção hepática, renal, pulmonar, circulatória, cardíaca, gástrica e até alguns distúrbios de comportamento são alguns dos resultados que as embalagens coloridas não mostram ao, as vezes, incauto consumidor.

Se os alimentos industrializados pouca ou nenhuma confiança inspiram para promover a saúde e a segurança alimentar, o que dizer dos alimentos industrialmente naturais?Os produtos hidropônicos que, teoricamente, sem nenhum pesticida ou agrotóxico no seu desenvolvimento são os mais recomendados, já não mais inspiram tanta confiança por parte dos consumidores. Diversas pesquisas já comprovaram que na aparentemente pura e cristalina água que irriga e alimenta tais produtos, são acrescentadas doses de “complementos” e “suplementos vitamínicos” afim de auxiliarem no desenvolvimento “sadio” da plantinha.

As carnes e os produtos derivados de animais também já, há muito tempo, pouco tem de saudável e muito oferecem de risco a saúde. O frango e o peru são puro hormônio. A produção de ovos é quimicamente “incentivada” em galinhas confinadas, estressadas e que depois de mortas viram suculentos pedaços de asinhas, coxa, sobrecoxa e peito congelados.

O leite da vaca vem em caixinha com a adição de conservantes para garantir o prazo de validade. A carne vermelha, tal qual as carnes brancas, não passam de suculentos bifes de hormônios que ajudam muitíssimo o aparecimento dos mais variados tipos de cânceres no aparelho digestivo.

Ufa, o peixe está salvo! Ledo engano. Já é comum a pesca em grandes fazendas onde os aquáticos animais vivem confinados em grandes piscinas e são alimentados a base de ração para uma engorda mais rápida, desenvolvimento acelerado e retorno financeiro garantido para o fazendeiro. Os peixes de alto-mar também já sofrem com o elevado nível de poluição, graças a toda a sorte de sujidades que jogamos em nossos mares, na vil e vã tentativa de maximizar o adágio popular que diz: “O que os olhos não vêem, o coração não sente.”; esquecendo-nos de que nossa saúde e qualidade de vida também depende dos oceanos.

Vivemos em um tempo moderno onde a busca por uma alimentação realmente saudável tem sido tarefa cada vez mais difícil. Nunca como agora a horta da “casa da vovó” faria tão bem a saúde de tantos que, sem se aperceberem, tem sido consumidos – literalmente – por esta alimentação moderna.


domingo, 18 de julho de 2010

A LISTA

A todo o tempo elaboramos listas. De compras, de tarefas, do que fazer, do que não fazer, do que quero, do que não quero. Lista para lembrar, lista para esquecer. Lista de entrada, de saída, de prioridade. Lista de pessoas, de amigos, de nomes, de endereço, de telefone, de email... lista de listas, para melhor organizar a vida.


Estes dias fiz uma lista também. Modalidade: compras. Motivo: amigo viajando para o exterior.

Não cheguei a colocar nada no papel, mas mentalmente a minha lista rapidamente ficou grande, recheada de coisa que quero. A camiseta daquela marca famosa, o perfume com a fragrância da moda, aquela novidade tecnológica que apareceu ontem no jornal mas que deve chegar por aqui somente daqui a 8 meses... e quanto mais eu pensava mais itens foram sendo acrescidos a lista.

De súbito então percebi que já havia vislumbrado todos os itens da minha lista comigo, entretanto havia me esquecido do principal de todos eles.

Invariavelmente fazemos assim: elencamos o que queremos sem dar muita ou sequer nenhuma importância ao que de fato é principal, primordial, ao que realmente importa.

Quando percebi que estava colocando meus objetos de desejo, coisas realmente sem importância vital para mim na frente de meu amigo, senti imensa vergonha .

Desisti da minha lista de coisas. A tal camiseta não é assim mais tão bonita, aquela fragrância já não cheira tão bem e a novidade tecnológica não faz diferença. O que importa mesmo, o que vale a pena receber de volta lá do exterior é o sorriso sincero e o abraço fraterno daquele que tem sido e é meu amigo.


Ao amigo Paulo Ricardo.

domingo, 4 de julho de 2010

NA ERA DO SABER

O século passado fez multiplicar os Saberes, as Ciências, as tecnologias, os Conhecimentos e mais uma infinidade de outras situações do dia-a-dia nosso de todo o dia, pleonasticamente repetitivo.


O presente século nem bem começou e o que no final do ano passado era novidade hoje já é obsoleto, ultrapassado, velho, arcaico. Uma nova geração de pessoas e tecnologias está nas ruas, nas casas, nas escolas e nas empresas experimentando e vivenciando situações com as quais certamente nossos pais nem sequer chegaram a sonhar.

Dados e informações transitam de um lado a outro do mundo e são copiados, repartidos, multiplicados e divididos aos milhares, para milhões ávidos em saber, não se sabe bem o quê ou para quê.

Hoje é preciso saber.

Que o escritor, morreu.
Que a igreja, escondeu.
Que a terra, tremeu.
Que o atleta, venceu.
Que o outro, perdeu.
Que a jovem, envelheceu.
Que o rico, empobreceu.
Que o gordo, emagreceu.
Que o candidato, prometeu.

Que o político, mentiu.
Que a prova do crime, sumiu.
Que a floresta, diminuiu.
Que o vulcão, explodiu.
Que a economia, expandiu.
Que a ex-ministra, saiu.
Que a água, subiu.
Que a cidade, ruiu.
Que o cantor, assumiu.

Que a cantora, beijou.
Que a novela, terminou.
Que a atriz, separou.
Que a revista, errou.
Que a doença, avançou.
Que a bola, não entrou.
Que o brasileiro, chorou.
Enfim, que o mundo... mudou.


“examinai tudo. Retende o que é bom” I Tessalonicenses 5:21