quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

TEMOS MÚSICA NA ALMA

Ontem o mundo viu e ouviu a Orquestra Filarmônica de Nova York em uma belíssima e comovente apresentação em pleno território de um dos mais duros regimes totalitários ainda em vigor no mundo. Por breves momentos, da capital norte-coreana, ouvimos acordes musicais e sons que diziam não mais haver fronteiras, nem comunistas ou capitalistas... tudo parecia ser um todo único, indivisível.

A mídia mundial soube bem explorar este evento ímpar e por enquanto único, dando enfoque ao que talvez possa ser o ressurgir de uma abertura econômica e política do país asiático há tanto tempo ensimesmado. Por certo este evento é sim indicativo desta abertura mas ainda existe outros indicativos mais profundos.

Tal evento vem apontar para o poder universal e cativante da boa música; para o desejo sincero de um mundo sem nenhuma fronteira, principalmente as fronteiras do preconceito seja ele de que tipo for; para a necessidade de uma auto-avaliação e descoberta de quais regimes totalitários eu tenho que me desprender para ser uma pessoa mais feliz, para deixar a música da e na minha vida pulsar livremente.

Na Coréia do Norte ouviu-se música na alma.

Brava é a gente brasileira que faz da música sua alma.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ORAÇÃO - CARTÃO CORPORATIVO

Salve cartão cheio de grana
O seu saldo é todo nosso
Bendito és tu entre os milhares
Bendito é o fundo do seu limite, sem fim.
Santo cartão imaculado
Sustentai-nos, vis usurpadores
Agora e na hora de nossa compra. Amém!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

QUANDO ANJOS VOAM

Recentemente vi nos telejornais duas histórias que comoveram não somente o meu coração mas também o coração de muita gente por todo o mundo.

A primeira foi de um garotinho turco que, preso com a família num prédio em chamas foi, em um ato desesperado mas bem pensado, pelo tio arremessado para cair, são e salvo nos braços de um bombeiro anônimo. A outra história é de um outro garotinho que fora sugado pela força de um tornado com sua casa e família e posteriormente encontrado a mais de cem metros de onde estivera anteriormente apenas com pequenos arranhados em seu rosto.

Nestas duas histórias, dois pontos chamaram minha atenção. O primeiro deles é o agente causador, o motivo pelo qual estas crianças tiveram suas vidas drasticamente marcadas. No primeiro caso tudo indica que foi o ódio, a intolerância e a estupidez do preconceito racial de alguém que se achando no direito de ser mais do que, não percebendo que realmente é menos do que, ateou fogo no prédio vitimando fatalmente parte da família do pequeno Omur. No segundo caso temos a ação natural que pulsa neste mundo, agravada por nossa falta de cuidado em manter este planeta habitável.

O outro ponto que chamou a minha atenção é que, não obstante aos agentes naturais ou artificais, propositados ou casuais, vimos a existência de um agente cuidador como a querer nos dizer que ainda que a fatalidade recaia com mão forte e pesada, que a dor e morte toquem com seu toque gelado nossas vidas ou a vida de quem amamos, não podemos jamais perder a esperança, pois anjos existem e voam.

Dois pequenos anjinhos voaram de onde estavam para acharem vida, recomeçarem. Outros anjos voam para nos livrarem de inúmeras situações e acontecimentos que potencialmente nos trariam tristeza e sofrimento.

Você pode não acreditar em Deus, nem em anjos mas não pode negar que nesta semana viu anjos voarem.

Eu vi!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

EU

Refiz a paz,
Declarei a guerra.
Disfarcei o ódio,
Espalhei o amor.

Sou povo, sou massa humana
Sou gente que também ama.
Não sou mera fotografia.
Sou poeta,
Minha alma... poesia!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

SÓ POR ESCREVER...

Quero escrever livremente, sem ter com o que me preocupar;
Poder não usar o pronome, usar a linguagem popular.
Quero com minhas palavras igual aos egípcios ficar
Que num texto escrito em argila, desenhos pintavam

Quero escrever livremente e não me preocupar
Com a correta sintaxe, se a vírgula é neste lugar.
Quero escrever aos amigos daquie e de outros lugar,
Contar da vida que tenho: família, amigos e amores.

Vou escrever livremente poesias, sonetos e canções.
Escrever meu nome na história, afim de ficar na memória
Para que as gerações futuras possas desenhar figuras dentro de partituras.

"Iceberg" 08/1997

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

POR MOMO E SUA CÔRTE

Lá se vão os confetes e serpentinas, máscaras e fantasias, pierrôs e colombinas e estamos todos espalhados pelas ruas ou pelos salões da vida festejando e comemorando nem bem sabemos o quê, mas lá estamos nós; aonde quer que haja uma batucada, um ziriguidum qualquer.

Por conta de nossa imensidão territorial, pujança e grandeza há muito cantadas em verso e prosa nos damos ao direito de festejar Momo e sua côrte por quase sete dias consecutivos e na quarta-feira, aquela dita das cinzas, de joelhos rogamos que o céu nos perdõe todas as extravagâncias e pecados cometidos intencionalmente ou não.

Durantes os dias de festa, folia, de liberdade para alguns e libertinagem para outros, queremos e buscamos satisfazer nossos sentidos com o que estiver ao alcance de nosso paladar, nosso tato, nossa audição, nossa visão e nosso olfato. Tudo parece mais sensível aos apelos fáceis, fúteis e fugazes de satisfação imediata, instantânea e algumas vezes tão rápida quanto um raio.

Atrás de cada máscara, fantasia nos escondemos de nós mesmos; afastamos a vergonha, o pudor, o bom senso e nos entregamos aos mandos de Momo. Pulamos, corremos, dançamos, suamos atrás de trios, blocos, maracatus, galos, troças, escolas ou qualquer reunião de gente alegre, festiva, desinibida quer pelo excesso de álcool ou outras substâncias... agora tô mais soltinho, levinho, alegrinho, livrinho... ops, tontinho também!!

Amanhece então a quarta-feira, aquelas das cinzas, e não é que tudo parece mais cinza mesmo??! Voltamos à vida real, tiramos a fantasia, a máscara, caimos na realidade da nem sempre festiva vida, tentando entender: Que raio de dor de cabeça medonha é esta?? Quem é esta forma humana que está deitada ao meu lado nesta cama?? Aonde estou?? Quem sou??

Padre, perdoa-me pois pequei... pedimos, imploramos!

Viva Momo e sua côrte!! Nas cinzas eu deixei minha fantasia, e você?