quinta-feira, 30 de julho de 2009

VÍRUS, NO PLURAL

O povo brasileiro parece não mais desfrutar do que em outras épocas e também até pelo menos bem pouco tempo atrás era cantado em verso e prosa, a saber, o fato de sermos uma nação “deitada eternamente em berço esplêndido”.

Parece que acordamos nas tais margens plácidas aonde estávamos outrora para constatar que estamos cercados de por mais uma manifestação enfermiça de um novo tipo de vírus. E nós que nem bem demos conta da pólio, do sarampo, da rubéola e da dengue agora temos que enfrentar um que antes era suíno agora é A.

O tal bichinho microscópico parece ter gostado não somente do clima e calor humano típicos destas terras brasileiras, mas mais ainda da omissão e descaso com que as autoridades até bem pouco tempo atrás tratavam o assunto.

A confortável crença de que somos um país “abençoado por Deus” fez com que alguns tivessem a falsa impressão e sensação de que estamos imunes à manifestação em nosso território da presença do H1N1. Ele, o vírus, fez e tem feito direitinho sua tarefa de se disseminar onde os poderes responsáveis foram omissos ou, na melhor das hipóteses, imprevidentes.

Pagamos o preço desta letargia sanitária: doentes e mortos pelo vírus fazem as estatísticas se modificarem a cada novo relatório e as justificativas e explicações apresentadas não consolam os familiares vitimados pelos vírus. Sim, pelos, no plural. O vírus da gripe e os da omissão, imprevidência, e descaso; talvez estes mais letais que o primeiro.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

PENSANDO FRIAMENTE...

Meu último mês não foi nada fácil, nem tão ortodoxo, bastante heterodoxo. Quase que literalmente viraram a minha vida de ponta cabeça bagunçando as minhas coisas e mexendo com o que há de mais importante para mim: a família, a minha!

O falecimento de minha mãe ainda que racionalmente, até certo ponto, esperado me pôs em pé - literalmente - às 3h40 da manhã do dia 22.06.2009 e no decorrer daquele longo dia - e como foi longo - só conseguia fechar os olhos para deixar escorrer as lágrimas.

Em um misto de tristeza, desconsolo, amargura, pesar e saudade por minha mãe, mas também de contentamento pelas inúmeras mensagens e manifestações reais e virtuais que recebi e recebo dos amigos, eu chorei e como chorei. Eu ainda choro...

Nem bem tinha elaborado a saudade e a ausência e na véspera de mudar de residência tive a casa invadida, revirada, bagunçada e assaltada por sei lá eu quantos que levaram o que puderam e quiseram, deixando somente aquilo que, quer pela pressa ou ignorância, desconhecimento e burrice não puderam levar. A mudança foi antecipada e apressada.

Agora tenho que reorganizar a casa e as coisas nela contida, inclusive a minha vida.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

EU, FANTASMA!

Quieto! Calado!
Não fale palavra sequer.
Não ouse pensar.
O ruído de tuas idéias incomoda a minha paz.

Quieto! Parado!
Não saia do teu lugar.
Eu brinco contigo: Estátua!
Se mexa quando eu deixar.

Fecho os olhos
Desvio o meu olhar.
Não quero ver tua sombra-fantasma.

Assombro.
Arrepio.

Você está morto.
Calafrio!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O CLUBE

Depois de algum tempo na salutar prática de exercícios físicos regulares, excetuando-se o tempo em que fique afastado, sedentário e parado por motivo de força maior, tenho conseguido manter sob muito esforço, pesos e suor a minha nova constituição física. Ainda distante de ser o Mister Universo deste ano... mas quem sabe no ano que vem!

O ambiente acadêmico, isto é, da academia de musculação, é sempre singular em muitos aspectos, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais ali firmadas, estabelecidas.

Para haver relacionamento interpessoal é preciso que existam pelo menos duas pessoas dispostas a se relacionarem. É preciso haver troca de informações, conhecimento, amabilidades, carinhos, companheirismo, cortesia, respeito, etc, etc, etc... a lista é longa mas vou parar por aqui. Pois bem, não há como haver relacionamento interpessoal de mim para comigo mesmo, entretanto se você consegue se tolerar isso já é muito bom; caso contrário, procure uma boa terapia e resolva-se!

Nas academias as relações entre os alunos são regidas ainda por outros fatores também igualmente importantes que vão além da vontade de trocar informações etc e tal já mencionados acima. Biótipo, diâmetro de bíceps, peitoral, glúteos e a silhueta “tanquinho” dos músculos abdominais também fazem parte destes fatores essenciais para se estabelecerem relações sociais.

Caso você neófito na rígida, suada e de quando em quando dolorida rotina de exercícios ainda não tenha atingido os índices considerados mínimos e aceitáveis para o bom convívio acadêmico, não desista. Com o tempo e o ganho ou diminuição de suas medidas você será aceito pelos demais sócios deste clube e estará interagindo com eles. Para te ajudar nesta tarefa de integração e interação, eis abaixo os grupos e tipos mais comuns... identifique-se e boa sorte!

- Os “sabirilas”, assim denominados por terem as pernas como as de um sabiá e o corpo, da cintura para cima, forte e grande como o de um gorila; também conhecidos como “peitos-de-pombo”. Ávidos por muito peso; são invariavelmente grandes na estrutura, energia e explosão – algumas das vezes explodem mesmo, são facilmente irritadiços. De pouca ou nenhuma interação com os outros pelo simples motivo de não exercitarem o cérebro com o mesmo afinco e determinação com que exercitam o corpo. Quando não se sentem atraídos pelas “pat’s” é sempre por outro “sabirila” que se apaixonam.

- Os “pernas de T-Rex”, entre os homens este é o tipo praticamente extinto. Possuem os membros inferiores bem desenvolvidos mas não proporcionais ao restante do corpo.

- As “neuróticas”. Tipo clássico entre as mulheres de corpo normal mas que se acham fora do peso que consideram ideal ainda que seja somente por um grama. Receitas de dietas e poções milagrosas podem ser conseguidas facilmente com elas.

- As “pat’s”. Outro tipo clássico entre as mulheres. Para elas a academia é evento social, é desfile, é glamour, é fashion, é tudo, é o mundo. É como se, na cabecinha delas, sem elas a academia não fosse academia. Costumam perder a linha e a noção a compostura e outras coisas mais quando avistam um “sabirila”.

- Os “por recomendação médica”: tipo também quase em extinção visto que com o tempo acabam por migrar para qualquer um dos outros tipos.

- Os “normais”: preocupados com o seu bem-estar, malham para sentirem-se bem. Costumam interagir bem com os outros grupos.

- Os “gordinhos”: homens ou mulheres relativamente acima do peso. Costumam ser mais calados e observadores, invariavelmente apresentam excelente senso de humor, são ótimas companhias. Um pouco de atenção e interrelação ajudam a mantê-los malhando.

E aí... vamos malhar??

Eu vou!!

F-U-I...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O QUE NÃO MATA, ENGORDA

Comer fora de casa ou simplesmente comer fora há muito é um dos programas preferidos pela maioria das pessoas.

Quando há ocasião ou na ausência dela; quer a dois, três, quatro, com a galera toda ou até mesmo sozinho, sempre comer fora foi e é um bom programa.

Embalado e animado, tenho me aventurado em conhecer a gastronomia local nos mais variados ambientes que estes lados de cá propicia.

Em uma destas ocasiões, em companhia de um amigo e por convite do mesmo, fui, quer dizer, fomos conhecer uma badalada opção gastronômica. Um típico e tranqüilo e pacato e familiar restaurante que oferece deste o tradicional buffet à quilo até um elaborado cardápio – menu, para os mais exigentes – com inúmeras opções da culinária internacional.

Refinado e fino como sou - tendendo mais para o segundo em detrimento do primeiro – parti para as opções internacionais que podem ser agrupadas em duas cozinhas: árabe e italiana. Eu que não sou bobo nem nada escolhi a gastronomia da terra de Ali Babá. O pedido foi simples: esfirras de atum, esfirras de frango e esfirras de chocolate... algumas de cada.

Pausa. Esta diversidade, variedade e criatividade em recheios só encontradas no Brasil, por certo poriam qualquer Sheik de turbante em pé – fim da pausa.

O tempo entre o pedido e a entrega foi o que posso chamar de “padrão”. A cozinha internacional é sempre recheada de surpresas e aqui, desta vez, não foi diferente. O pedido veio errado.

O atum tomou conta da tenda e o frango bateu assas levando consigo o chocolate e a inteligência do garçom que, de tão confuso, precisou ser substituído depois de duas tentativas de acertar o pedido.

Comi, paguei e sinceramente não gostei mas, de teimoso, alguns dias depois eu voltei à mesma casa afim de, agora, provar da cozinha do país dos césares que, por aqui, se resume à boa e famosa pizza.

Pausa. A teimosia nunca acontece apenas uma vez, a teimosia não é solitária então, por isso, eu e meu amigos teimamos juntos e fomos experimentar na mesma casa, outrora árabe, agora, italiana. “Capiche”! – fim da pausa.

Devido ao trauma da primeira experiência eu enrolei um pouco para fazer o pedido. Tudo para não ser atendido pelo mesmo garçom confuso e trapalhão da vez passada.

O pedido foi “éco” basicão: pizza “mezzo-a-mezzo”, cada lado com um recheio e cobertura com queijos diferentes. Ma que! O “maledeto” do “pizzaiolo” não entendeu “niente” do pedido e fez tudo uma cobertura só: um catupiry (??) questionável.

Moral da história: Vim, Vi, Comi e fui para a concorrência.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ESTOU

Não tenho vontade.
Largado,
Desfaleço.

Te peço um abraço.
Cansado.
Sossego.

No doce aconchego.
Teu colo.
Esqueço.

A vida que segue,
Prossegue.

Aceito!