Aqui coloco fragmentos de idéias, instantes, momentos, pensamentos. Sinta-se à vontade para comentar, discutir, concordar e discordar. Esta é uma arena pública aonde todos são bem-vindos. Coloque-se confortavelmente instalado em frente a tela do seu computador e deixe que seus olhos e cérebro trabalhem enquanto tua mente passeia no universo das palavras. Forte abraço, O Autor
sábado, 29 de novembro de 2008
PINGO D'ÁGUA
Chamou minha atenção em particular neste aquífero sinistro catarinense o volume de águas precipitadas, a extensão das áreas atingidas, as imagens dos deslizamentos e a corrente de ajuda solidária e humanitária que tomou conta do país afim de prestar auxílio às vítimas de tão grave catástrofe.
Foram e são imagens fortes, chocantes e até aqui únicas que certamente ficarão em minha memória; contudo a imagem mais forte é a de uma singular, simples e quase imperceptível gota d'água que vi escorrer dos olhos de quem tudo perder, exceto a própria vida.
Não farei floreios, firulas nem meias-palavras para, por palavra, expressar minha solidariedade aos atingidos por águas. Tenho certeza de que a gota úmida que vi escorrer de diversos olhos e cair no já úmido solo há de ajudar a fazer crescer a vontade, a garra e a força de reconstruir com o que ficou de mais importante: a VIDA.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
COM JUNTURA MUSCULAR
O corpo humano tem mais de 650 músculos e aproximadamente 200 ossos além de inúmeras articulações e eu resolvi colocar toda esta estrutura, distribuída em 185 centímetros de altura e modestos 65 quilos, para movimentar além das caminhadas e pedaladas já freqüentes. Resumidamente: caí, mas não literalmente, na malhação.
Se vou ficar sarado? Sim, depois que as dores iniciais abandonarem o que tem sobrado de minha modesta estrutura corpórea após as aulas introdutórias, eu estarei sarado, são.
Além de desconhecidos músculos que por inércia e ociosidade julgava eu inexistentes mas que agora sei existirem, tenho também feito descobertas significativas, como por exemplo: caminho a uma média de 6 quilômetros por hora, o que daria para cobrir a distância entre Rio e São Paulo em nada menos do que 72 horas; suados 15 minutos na esteira me queimam preciosas 140 calorias, o que consigo repor facilmente em apenas 2 brigadeiros médios... tenho ido além neste último aspecto.
Os descobrimentos, bem sei, ainda serão maiores e mais significativos; devem, por certo, acompanhar o crescimento da minha, ainda, modesta estrutura. Sou aluno dedicado na atividade física e na atividade repositora de calorias perdidas tendo uma predileção, não nego, pela última.
Bateu uma fome... vou nessa. Como estou em dieta – de engorda – vou liquidar um pedacinho singular de lasanha. Alguém me acompanha?
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
3º LUGAR BIENART
Eis abaixo meu primeiro texto premiado. Fui 3º lugar na II Bienal de Arte de Artur Nogueira. Vale a pena ler de novo...
A VIDA NA FILA
Você já parou para pensar em como você gosta, ainda que expresse conscientemente o contrário, de uma fila?
Não importa o tamanho, a razão ou o motivo. É quase instintivo, místico, sobrenatural a atração exercida pela fila pois quando você se dá conta já está em uma, duas, em várias e por mais que proteste, esbraveje e até use de um linguajar que possa vir a ser considerado baixo e vulgar - ô fila do c_cete! -, no fundo, ou melhor, no fim da fila você gosta sim.
Este pedaço de terra brasileiro parece possuir o dom e a habilidade de gerar, gerir, multiplicar e acrescentar pelo menos uma nova fila ao nosso dia-a-dia já bastante enfileirado de coisas. Talvez se como nossos pais lusitanos denominássemos a fila como eles a chamam, nossa atração por estas sofreria sensível diminuição. Afinal, quem gostaria de entrar numa bicha?!
O fato é que temos bichas, digo, filas para quase tudo o que fazemos: fila para entrar, fila para sair. Fila de gente, fila de carro, fila de moto, fila de caminhão, fila de ônibus, fila de avião. Fila no banco, fila no mercado, fila no estacionamento, fila na escola, fila na faculdade, fila no consultório, fila no hospital, fila no ambulatório, fila no laboratório. Fila no restaurante, fila no cinema, fila na boate, fila no elevador, fila no banheiro, fila no chuveiro. Fila na padaria, fila no açougue, fila no boteco da esquina. Tem até fila para pegar senha para outra fila, é o que chamamos de fila solidária.
Fila para contratar, fila para demitir. Fila para abraçar, fila para despedir. Fila para namorar - quem nunca ouviu ou disse a frase: "a fila anda."? Fila de casamento, fila de separação. Fila de implante, fila de transplante, fila de doação.
Talvez as mais modernas sejam as fila de conectividade: fila aguardando conexão, fila de download, fila de upload, fila para receber e enviar email e tem ainda a pior de todas as filas, a fila de tele-atendimento.
Tem fila grande, fila pequena. Fila reta, fila torta. Fila fina, fila grossa, tem até fila dupla. Tem fila chique, glamorosa, fila brega, fila pobre. Tem fila que anda, tem fila que se arrasta e tem aquela fila que não anda.
Tem o fura-fila.
Não importa se você já experimentou ou experimenta diariamente uma ou mais modalidades ou situações enfileiradas. O fato é que até para você nascer, mesmo sem saber, você enfrentou uma fila medonha e para tua sorte você não reclamou, não desistiu e nem ficou pelo meio do caminho.
Em fila nascemos, vivemos e morreremos. Todos juntos, agrupados, enfileirados. Resta saber se depois desta vida nos encontraremos na fila dos que sobem ou dos que descem.
PERU MORRE DE VÉSPERA
Fiz a minha. Pequena e grande, modesta e nem tanto, tangível e intangível, acessível e impossível. Nem toda a minha lista vou entregar ao Papai Noel; tenho entregue muito do que quero, anseio, almejo e desejo ao Papai do Céu e devo assim proceder no avizinhar dos festejos natalinos.
Que tal trocarmos nossas listas? Talvez o que eu quero, você pode realizar; talvez o que você quer eu possa realizar; talvez o que o mundo quer alguém possa realizar.
Ao iniciar a redação de sua lista, lembre-se de que Natal é mais do que presente, é se fazer presente.
sábado, 15 de novembro de 2008
O QUE CONSIDERO BELO...
01. Tempestade elétrica
02. Aquário
03. Luz negra refletida na cor branca
04. Fogo
05. Mãos ao piano
06. Luz de velas
07. Olho de gato
08. Luz de vaga-lume
09. Onda do mar quebrando na praia
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
EU FALO COM AS MÃOS
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
MUDARAM A COR DO MEU HAMBÚRGER
Não estou bem certo quem os americanos elegeram mas o recado das urnas, para quem quiser ouvir, é bem claro e nítido. Assim diz a América, assim diz o povo americano:
Não somos somente brancos.
Não somos belicosos.
Não vamos fingir que questões sociais como o aborto, por exemplo, não existem.
Não somos os “donos-do-mundo”.
Bem que poderíamos aprender uma importante lição com nossos primos americanos e responder à tudo aquilo que não queremos em nossa política doméstica (corrupção, mentira, descaso, ineficiência, altas taxas de impostos, omissão, roubo, trem-da-alegria, barganha, propina, escândalos, grampos, caixa 2, caixa 3 ...) nas urnas, democraticamente como diz a lei.
Obama foi eleito, isto é fato e do tipo histórico. Talvez não tenham os americanos votados na melhor proposta mas certamente escolheram aquela que, para eles e tomara que também para o mundo inteiro, possa trazer um pouco mais de esperança e porque não desejar também... paz!
Aos americanos, paz!
Aos mundo, esperança!
domingo, 2 de novembro de 2008
HÁ VAGAS
Para hóspedes especiais
Alguns há que têm reservas
Mas outros chegam sem avisar
As instalações são modestas
O ambiente familiar
Tenho certeza que seu repouso
Ninguém há de perturbar
A decoração, por bondade, pedimos providenciar
Respeitamos tua vontade, teu gosto particular
Visto ser esta uma casa simples e os recursos quase a minguar
Portanto não fazemos objeção, se, de coração, as flores puder comprar
O quarto parece pequeno mas é apenas impressão
Há de servir-te perfeitamente, não aceitamos reclamação.
O serviço que oferecemos é apenas de te hospedar
Limpeza, asseio e beleza, à parte faturaremos e haveremos de cobrar
O horário do silêncio deve ser respeitado
Não pode haver circulação, havendo visita em casa
Contudo se for escuro e a noite já existir
Do teu quarto certamente você poderá sair
É mesmo de lamentar que nesta casa vacante
Seu corpo encontrará repouso enquanto tua alma errante
Insiste em perambular perdida neste mistério
Da morte eu sou morada. Meu nome é cemitério.