sexta-feira, 26 de setembro de 2008

PRIMEIRA-PRIMEIRA SEMANA

Quando existe mudança de ambiente ou quando os fatores ao redor sofrem alteração é necessário, assim dizem os especialistas, de algum tempo para que o organismo possa adaptar-se às novas condições.

Vemos este princípio, o da adaptabilidade, em várias áreas de nossa vida. Quando mudamos de emprego, quando começamos a namorar, quando terminamos o namoro, quando nasce um filho, quando um amigo ou parente morre, quando viajamos, quando saímos de um ambiente gelado para um ambiente mais quente, enfim, em vários momentos e a todo o instante somos levados a condições que requerem de nós adaptação.

Deus, que é sábio por essência e natureza, quando fez este mundo utilizou-se do princípio da adaptabilidade, por isso fez o mundo em sete dias para que a terra e as coisas criadas pudessem e tivessem tempo de adaptação umas às outras.

Eu estou em adaptação. Mudei de cidade, trabalho, casa e ritmo. Agora moro em uma pequena, pacata e típica cidade interiorana no estado de São Paulo. Estou me permitindo ter minha semana, meus sete dias de criação ou melhor, de recriação, quer dizer, de adaptação à tudo que é e está novo ao meu redor.

Primeiro dia: “Haja luz...” Cheguei na sexta-feira, tarde da noite e o primeiro dia da minha primeira semana foi o sábado. Não posso pensar em melhor condição para começar algo novo do que buscar “luz” junto à fonte de toda a “luz” e “iluminação” já no meu primeiro dia da minha primeira semana aqui nesta cidade. Fui à igreja encontrar-me com o Autor de toda a “luminosidade”, Deus, e também agradecer pela recriação em mim.

Segundo dia: “Ajuntem-se as águas...” O domingo foi de águas e águas e muita água, na modalidade chuva e muita e persistente; não do tipo chuva forte, mas chuva paulistana, a tal da garoa fina e insistente... o dia todo assim: cinza, gelado, úmido, molhado e eu em casa arrumando caixas, malas... tranquilão da vida.

Terceiro dia: “Produza plantas e árvores...” É segunda-feira e comecei a produzir ‘frutos’ e ‘sementes’. O novo trabalho é desafiador e empolgante ao mesmo tempo. Neste solo desconhecido tenho excelente orientação e se com afinco e dedicação fizer o trabalho que me foi confiado, certamente teremos ótimos frutos. A terra é boa... “em se plantando, tudo dá.”

Quarto dia: “Haja luzeiros...” É terça-feira e cada dia estou mais habituado ao ritmo desta cidade. Hoje, na hora do almoço, investi mais tempo com o meu nada modesto prato de comida; comi devagar, sem pressa, sem a agitação da cidade grande a empurrar comida goela abaixo. Calmamente levantei da mesa, paguei a conta (aqui comer fora é muito caro!) e fui caminhar e vi uma praça e o sol convidava e eu sentei no banco da praça como fazem os daqui e observei o ir e vir, no tempo peculiar desta gente que a cada dia vou tornando-me igual. Aqui as 24 horas do dia são suficientes, dia e noite, noite e dia.

Quinto dia: “Povoem o mar e os ares...” No dia de hoje devo ter a percepção, os sentidos aguçados para entender que minha melhor adaptação vai depender do quão alto e quão profundo quero envolver-me no ritmo local. Não entenda que me tornei passivo para com tudo e todos e que aqui estou acomodado, resignado como se placidamente a vida deva fluir. Sei que aqui estou por pelo menos um motivo especial então, por este ou estes motivos especiais, conforme me forem sendo revelados, irei ao mais alto céu ou ao mais profundo mar para executar aquilo que me é proposto, requerido.

Sexto dia: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...” É tempo de entender, ver e perceber que sou igual aos moradores daqui. Se ainda acho alguns usos e costumes diferentes ou estranhos, devo ter a certeza que tenho uma cidade toda me achando diferente e estranho... afinal, quem é esta figura que sempre, por volta do meio-dia, senta-se no banco da praça e escreve, escreve, escreve?

Sétimo dia: “Descansou...” Hoje deveria ser um dia de cansaço, fadiga, um dia que demora a passar; deveria, mas não é! Não que eu não tenha responsabilidades, atribuições e tarefas a cumprir, até as tenho, mas há uma diferença; há uma semana inteira de um ritmo menos estressante, de mais qualidade de vida, de observar o canto das aves e o céu estrelado e ficar maravilhado pelo simples fato de ainda haver beleza na natureza.

A maravilha da criação divina é que, para toda situação humana, o princípio básico revelado nos primeiros atos do Criador, a saber, da adaptabilidade, é eficiente e eficaz.

Minha primeira semana se foi. Amanhã começa outra semana. A segunda? Talvez. Eu prefiro chamar de primeira-segunda semana...

E vi que era tudo muito bom!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VIDA, CAMINHO E FÉ

Estou de malas prontas
Sorriso no rosto.

Se deixo saudades é porque levo você comigo.

Não sou de despedidas, sou de boas-vindas.
Minha alma está leve.

Meu caminho é meu Deus quem faz
Meu coração... em paz!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

24 HORAS

Cá estou eu, mais uma vez pronto para mudar. Não conto as horas pois seria inútil acionar o cronômetro; não sou o senhor do tempo e o dia, eu bem sei, hoje ou amanhã, sempre terá suas 24 horas.

Agora passa em minha mente um redemoinho de lembranças destes dois últimos anos que aqui vivi. Hoje acredito que compreendo melhor o motivo pelo qual fui conduzido, guiado e dirigido para São José dos Campos. Era preciso que eu reaprendesse algumas lições importantes e destaco duas: a primeira delas confiar em Deus e a segunda oferecer perdão.

Não foi fácil, contudo tem sido um milagre, um delicioso milagre a cada novo dia exercitar a primeira. A segunda veio, ou pelo menos eu percebi sua importância e as mudanças por ela provocadas, bem recentemente e tem sido maravilhoso viver assim.

Amanhã vou rumo a um novo desafio, novo lugar, nova casa, novos amigos... estarei em um novo ambiente mas quero levar comigo as duas grandes lições que São José dos Campos me trouxe e de presente a gostosa saudade de você.

Aos amigos e amigas da IASD Central, aos amigos e amigas da IASD do Bosque dos Eucaliptos, aos amigos e amigas da Casa das Placas, às amigas do Bangalô & Naftalina, aos amigos e amigas... OBRIGADO!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ANA E BIA - III

Quem foi que disse que a vida é um mar de rosas, certamente deixou todos os espinhos na casa de Ana e Bia.

Costumeiramente sou acordado pelos gritos das irmãs quando uma delas e por vezes as duas vão ver a mãe. Sem um mínimo de paciência, bom senso ou respeito, quer com a mãe quer para com os hóspedes, falam aos berros com a pobre mãe esquecida em si mesma.

O hóspede fantasma também é um agente que a qualquer momento pode provocar um surto de gritos pelos corredores da casa; não por ser o dito hóspede um quase espectro, um “gasparzinho”, mas pelo fato de não ter renovado seu visto de permanência e ainda assim insistir em ficar.

Não importa a hora, se tarde da noite ou já alta madrugada, sempre há muito desrespeito e gritos e berros na casa. Hoje fui acordado por quase cinco minutos do mais puro escândalo impaciente das irmãs para com a mãe. O enredo é sempre o mesmo: grito de introdução, grito de súplica, uns resmungos, gritos e mais gritos de ameaça e termina com mais resmungos. Toda esta triste e lamentável e abjeta cena não dura nunca mais do que cindo minutos; festival gratuito de falta de respeito.

O problema, eu bem sei, é mais sério e profundo. Ainda assim, nada justifica a falta de respeito.

Agora só faltam 4 dias!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

ANA E BIA - II

Temos gente nova na casa.

O fim de semana na familiar pensão das irmãs foi reflexo do que é um fim de semana na cidade, ou seja, d.e..v...a....g.....a......r.

O sábado acordou quente e abafado. Como tive compromisso quase o dia todo, logo cedo levantei e saí, voltei depois do almoço e na parte da tarde saí novamente retornando só no começo da noite.

Domingão foi preguiçoso, chuvoso e frio. Chegou novo hóspede, um tipo grandão, falante, inteligente e bem alegre. Teremos vida nova por aqui, isso é bom. A morena sorridente, amiga das irmãs, passou por aqui e o dia já estava terminando.

Estes fins de semana que começam d.e..v...a....g.....a......r, invariavelmente terminam rápido demais.

Agora só faltam 5 dias!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ANA & BIA - I

Enquanto aguardo o dia da mudança definitiva, me fiz hóspede no pensionato de Ana e Bia. Duas senhoras únicas, se é que você consegue me entender.

Ana diz que Bia, Bia diz que Ana, uma diz que a outra é louca e acaba sempre por trocar os pés pelas mãos, esta diz que aquela já apresenta fortes sinais de senilidade. Não sei não, mas acho que as duas são tão normais quanto muitos sãos que por aí estão.

Ana e Bia se revezam em cuidados com a mãe que, por causa de séria doença, perdeu-se em sua memória; seu corpo divide conosco a convivência no familiar pensionato de Ana e Bia, Bia e Ana.

Atualmente vivem em casa destas duas senhoras eu e mais três outros hóspedes.

Tenho conversado mais frequentemente com o homem que trabalha em um banco. Este é um rapaz gente fina, sempre bem humorado, ponderado em suas colocações; temos rido bastante enquanto dividimos o tempo sentados nos sofás da sala, vendo televisão juntamente com as irmãs-proprietárias.

O outro hóspede é um rapaz novinho, já cliente antigo das irmãs. Ele chega normalmente tarde da noite. Trabalha e estuda muito. Pouco falamos, pouco nos vemos, só nos apresentamos e nada mais.

O último hóspede é um fantasma. Instalado no quarto dos fundos, entra sempre pelo corredor lateral. De pouca interação, poucas palavras... vai ver é tímido! Nunca vi o figura, só ouço o som de seus passos e o som de portas batendo quando ele está na casa. É o próprio fantasma.

Dois amigos das irmãs sempre estão pela casa. O conselheiro-amigo, um jovem rapaz sério e bem estudado e uma morena sorridente.

Invariavelmente nos encontramos na sala, na frente da televisão e a prosa corre solta durante os intervalos comerciais das novelas, telejornais e horário político.

Esta próxima semana, minha última semana por aqui teremos novos colegas de casa. Tomara haja tempo suficiente para interação.

Agora só faltam 7 dias!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BUUMMM!! BIG BANG

Esta semana que se finda foi cenário para um experimento científico que pretendia reproduzir a explosão inicial que, de acordo com alguns, teria dado origem ao Universo, o Big Bang.

Física nunca foi o meu ponto forte então vou deixar a explicação físico-nuclear-científica de lado e ir direto ao ponto inicial, ou final, de fato.

Não quero fazer pouco caso da crença ou descrença de alguns, mas pensar que tal experimento traria o fim do mundo é, no mínimo, ingenuidade. Este mundo como o conhecemos, é certo que caminha para um fim – até mesmo os céticos já atestam e afirmam a proximidade do que chamam de colapso mundial – mas amados leitores e leitoras, não será uma explosão cósmica, natural ou provocada que há de pôr fim ao que até hoje conhecemos como vida terrestre.

Quem estiver curioso em como este mundinho-mundão terá seu epílogo, recorra à Bíblia. (vide Mateus capítulo 24).

Este é o início...

Fim!

domingo, 7 de setembro de 2008

07 DE SETEMBRO

Este é um poema cívico. Minha mãe, quando menina, ouviu em sua escola. O autor é desconhecido.

No dia 07 de setembro
Acordei sobressaltada.
Fui dizer à mamãezinha:
Oh que esplêndida alvorada

Ao pisar de tanta gente
Parecia tremer a terra
Quem não soubesse o motivo
Pensaria ser grande guerra.

Mas que guerra seria esta
Que nem sangue escorria?
Era a guerra das flores
Que saltavam de alegria.

Toda trajada de branco
Fui ao Ipiranga e me lembro,
Para gritar bem alto:
SALVE SETE DE SETEMBRO."

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

INTELIGÊNCIA DEMAIS ATRAPALHA

O que devo pensar quando tomo conhecimento que os diretores da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN - foram demitidos?

Resumidamente para que eu e você possamos entender e nos situarmos neste caso de excesso e falta de inteligência: A ABIN ouviu o que todo mundo falou mas ninguém poderia saber. No tempo de minha avó isso era como "escutar atrás da porta", mas hoje os tempos são outros.

Por ouvir o que não devia algumas cabeças rolaram para baixo e outras cabeças rolarão, só que para cima; respectivamente é o que chamo de demissão por excesso de competência e promoção por sorte, muuuuuita sorte.

A culpa deve recair sobre a nada pobre máquina de ouvir o que não deve. E pensar que esta história toda começou com um banqueiro todo-poderoso, amigo de um Juiz Federal, que era amigo do Chefe da Polícia, que não era mais amigo do Delegado-Chefe-Investigador-"Curioso de uma Figa" que ouviu as conversas do tal banqueiro todo-poderoso.

Neste país onde inteligência demais atrapalha os interesses escusos e não-sabidos, onde o 'Alcaide-Mor' já mostrou que inteligência não é o seu ponto forte, onde o sonho da massa é ser o próximo big-brother (ver texto É Tudo Vaidade, É Correr Atrás do Vento - janeiro/2008), onde um menino sonha em ser traficante e a menina em ser a nova 'mulher-fruta'.... haja inteligência!!

E quem leva a fama são os lusitanos!!

Parei por aqui! Vai que estão ouvindo nossa conversa... (??)