terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ASSIM NA TERRA, COMO NO CÉU

Já pensou no que você aprendeu nestes últimos 365 dias?

Por certo, alguns de nós, inclusive eu mesmo, reservamos tempo para, no crepúsculo de mais um ano, ponderarmos sobre o que queremos fazer diferente ou fazer melhor no próximo ano.

Este ano, agora falo em primeira pessoa, aprendi muita coisa; mas muita coisa é muito genérico e acaba que o muito não diz nada e muito passa a ser o mesmo que nada, o mesmo que coisa nenhuma. Sem a barreira da consciência digo que o mais importante aprendizado foi o de perdoar. Não falo de perdoar passivamente, isto é, perdoar a quem pede o meu perdão, falo de oferecer perdão, de forma ativa, sem esperar que me peçam.

Fiquei mais leve, mais tranqüilo. Voltei a sorrir com a alma. Descobri e entendi que oferecer perdão é terapêutico, reconciliador, apaziguador e altamente promotor do bem-estar.

Que 2009 traga os já famosos votos, desejos e anseios de paz, amor, felicidade, sucesso, saúde e todas as outras coisas boas que desejamos, queremos e almejamos. Mas, que o maior de todos os presentes seja o exercício do perdão. “... assim como nós perdoamos...”

Feliz 2009!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

BALANÇO VITAL

Neste ano, muita coisa boa, outras nem tão boas assim, aconteceram comigo.

Começando pelas nem tão boas assim:
01. Não sucesso (para não dizer fracasso) na vida sentimental – isso está ficando corriqueiro;
02. Distanciamento de amigos;
03. A ponte sobre o abismo ruiu;
04. Mudei de cidade;
05. Meu Vasco da Gama não foi feliz; nem eu;
06. A São Silvestre foi só um sonho; eles cobram para participar – juro que não sabia di$$o;

Agora as coisas boas:
01. Mudei de cidade;
02. Fiz novos amigos;
03. Meu São Paulo foi feliz e eu também;
04. Consegui manter o blog;
05. Fiz e reforcei vínculos através do blog;
06. Aprendi a perdoar – oferecer perdão;
07. Fui perdoado;
08. Consegui novo trabalho, melhor remunerado;
09. Engordei alguns quilos
10. Ganhei meu primeiro prêmio “literário”

Obrigado 2008!

Bem vindo 2009!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

7 DIAS PARA O NATAL

Pouco falta para a celebração cristã que marca, assim reza a tradição, o nascimento, a encarnação do Filho de Deus, Emanuel, entre os homens de boa-vontade.

Estou no centro, dentro de um centro comercial; já comprei presentes e lembranças e enquanto espero o tempo passar, observo.

Ei, moço, você viu o menino?

Está é a pergunta que escuto e parece que foi feita a alguém perto de mim. Então minha atenção é desperta para o que acontece ao meu redor.

Vejo muita gente apressada e ansiosa por comprar. Alguns estão tão carregados de sacolas, embrulhos e presentes que se assentam onde lhes é possível e esperam as forças e o vigor e o entusiasmo retornarem para que possam, de fato retornarem mas não para suas casas; retornarem para mais compras, mais sacolas, embrulhos e presentes. Há muita gente nervosa, irritada ao meu redor. Clientes insatisfeitos por não terem encontrado o presente material ideal, vendedores incomodados por terem de suportar a total ausência do chamado espírito natalino justamente nesta época em que esta sensação e suas ilações deveriam ser mais freqüentes, constantes, recorrentes.

Ei mocinha, você viu o menino?

Giro meu corpo para o rumo de onde escuto a pergunta e o que observo é um senhor de barba branca e roupa vermelha, existem algumas crianças ao redor dele, o tal menino perdido deve estar por lá. Enquanto vejo se meus olhos identificam alguma criança perdida percebo que próximo ao bom-velhinho há figuras de renas enfileiradas, há um saco de tecido vermelho e dele parece transbordar vários pacotes finamente embrulhados e decorados, há uma árvore – e pasme, de verdade – logo atrás da cadeira onde se assenta o vovô de barbinha branca. Há inúmeros e variados enfeites, cores, luzes. Tudo é tão lindo! O disparar de um flash fotográfico tira-me de meu transe platônico-natalino.

Hei senhor! Você viu o menino?

No ambiente, como se não bastasse o aflorar das pessoas chegando e com ele o aumento do vozerio por conta das conversas, dos encontros, dos risos, choros e gritos, há ainda a indelével marca das tradicionais e recorrentes canções natalinas, tocadas e repetidas continuamente; mas, no meio desta sinfonia-desarmônica do barulho do povo, mal pode ser percebida. O ar refrigerado parece não mais conseguir dar vazão ao calor provocado pelo ritmo frenético da massa humana no vai-e-vem, no entra-e-sai que atola, entope e engarrafa corredores, lojas, escadas-rolantes. Todo o espaço está tomado, superlotado de pais e mães estressados, de crianças cansadas e irritadas e de gente que foi além do limite, inclusive financeiro.

Senhora, você viu o menino?

O tempo, em seu vagar, corre todo faceiro
E quanto mais a hora avança, como se não bastasse a gastança
Há ainda quem ouse pensar
E pensa que fez bom negócio
Se abarrotar de presentes
Sem pensar que, de repente
Compro o desnecessário
E fez minguar o salário.

Nas vitrines das lojas – e aí tanto faz se a loja é grande ou pequena – há uma abundância de cores e brilho nunca dantes visto. Interessante notar que a figura do homem da barba branca está em quase todas elas e com ele há uma mistura de árvores, renas, presentes, balões, fitas, neve, sinos, velas, comidas e pasmem, até um coelho da páscoa encontrei olhando para mim em plena celebração natalina. Alguém por certo resolveu antecipar a data ou é o atropelo nosso de todo dia... o fato é que poucos notaram o coelho da páscoa em uma vitrine natalina, mas ele estava lá

Mas e o menino. Alguém viu?

Não percebi sequer viva alma
Que tendo estado neste lugar
Por atenção, fé e zêlo
Tenha notado o faltar
Do menino que no Natal
Se deve homenagear

Foram apenas dez minutos de observação para que eu pudesse entender que a voz a perguntar pelo menino era a minha própria consciência em um exercício de lembrar-me que o maior, mais valioso e importante presente já foi entregue e está mais acessível do que eu possa imaginar. Está ao alcance de minhas mãos, na distância curta de uma prece.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

FELIZ NATAL!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NO DIA DE HOJE; ONTEM

Se ainda estou bem firme nos cálculos, hoje, neste exato momento em que este texto foi aqui colocado já vivi aproximadamente 12.410 dias – sem contar anos bissextos – ou aproximadamente 297.840 horas ou ainda 17.870.400 minutos.

Meu coração já bateu 1.250.928.000 vezes não levando em consideração às vezes em que este bateu fora do compasso, acelerado por “aquela” pessoa.

Tive o equivalente a 99.280 horas ou o equivalente a 11 anos de pura soneca, não contando as noites e horas insones, justificadas ou não.

Minha altura inicial foi multiplicada por quase 3,5 vezes e o meu peso por 17,5.

Hoje é dia de festa. Estou em festa e muito grato por ter a certeza de que acima de números, estatísticas e velas, acessas ou já apagadas, posso agradecer a meus pais por me trazerem à vida e a meu Deus por proteger-me na e da vida.

O aniversário é meu e o melhor presente é você!

Obrigado!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ESCRAVOS DE JÓ...

“Escravos de Jó...”

Estes dias ando pensando na relação social que ronda minha – nossa - vida cotidiana.

“... jogavam caxangá...”

Parece haver sempre uma disposição hierárquica mais forte e intensa a moldar ou pelo menos condicionar a minha – nossa - vontade de ter prazer pleno em todos os aspectos.

“... tira, põe, deixa ficar...”

Por mais que se tente, até aqui, parece não haver como conseguir a tal felicidade total na minha – nossa - vida. Ora dono, mestre da situação; ora escravo subserviente, condescendente com o sistema.

“... guerreiros com guerreiros...”

Na gostosa aventura do viver a minha – nossa - existência, por certo o grande ‘barato’ é sobreviver, viver apesar de; sendo um escravo-guerreiro, dono e mestre dos seus sonhos, planos, desejos.

“... fazem zigue-ziguezague.”

Driblando as vicissitudes e aprendendo a ser dono, mestre e senhor de minha – nossa – própria felicidade.

Ao amigo Adalberto Sabino

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DOIS VÍRUS

Hoje é, ou pelo menos tornou-se, o Dia Mundial de Combate a uma das mais sérias síndromes que atingiram e ainda fazem vítimas em nosso mundo, a AIDS. Tão séria quanto esta síndrome, seu agente causador e todas as moléstias à ela vinculadas está o pior de todos os vírus: o preconceito, e muitas semelhanças existem entre o microscópico vírus da doença e o invisível vírus do comportamento.

Ambos não fazem nenhuma acepção quanto a gênero, opção sexual, classe social, grau de instrução, localização geográfica, faixa etária, cor de pele, credo e outras tantas ‘classificações’ com que geralmente tentamos identificar nós mesmos e as pessoas ao nosso redor.

O dia de hoje deve ser utilizado para uma reflexão profunda e séria sobre o comportamento nosso de todo o dia não somente no que tange àqueles que, infectados pelo vírus da doença são vítimas, muitas das vezes, do vírus do comportamento mas também para um tempo de reflexão sobre a saudade dos familiares, amigos e conhecidos que tiveram suas vidas ceifadas em função da AIDS.

Comece a desenvolver hoje, caso ainda não o tenha feito, um comportamento inteligente e racional de não colocar-se em situação de risco.

Lembre-se de que o vírus causador da AIDS ainda não tem cura, mas o vírus do preconceito, este tem. Desenvolva vacina contra o último.