segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

POR MOMO E SUA CÔRTE

Lá se vão os confetes e serpentinas, máscaras e fantasias, pierrôs e colombinas e estamos todos espalhados pelas ruas ou pelos salões da vida festejando e comemorando nem bem sabemos o quê, mas lá estamos nós; aonde quer que haja uma batucada, um ziriguidum qualquer.

Por conta de nossa imensidão territorial, pujança e grandeza há muito cantadas em verso e prosa nos damos ao direito de festejar Momo e sua côrte por quase sete dias consecutivos e na quarta-feira, aquela dita das cinzas, de joelhos rogamos que o céu nos perdõe todas as extravagâncias e pecados cometidos intencionalmente ou não.

Durantes os dias de festa, folia, de liberdade para alguns e libertinagem para outros, queremos e buscamos satisfazer nossos sentidos com o que estiver ao alcance de nosso paladar, nosso tato, nossa audição, nossa visão e nosso olfato. Tudo parece mais sensível aos apelos fáceis, fúteis e fugazes de satisfação imediata, instantânea e algumas vezes tão rápida quanto um raio.

Atrás de cada máscara, fantasia nos escondemos de nós mesmos; afastamos a vergonha, o pudor, o bom senso e nos entregamos aos mandos de Momo. Pulamos, corremos, dançamos, suamos atrás de trios, blocos, maracatus, galos, troças, escolas ou qualquer reunião de gente alegre, festiva, desinibida quer pelo excesso de álcool ou outras substâncias... agora tô mais soltinho, levinho, alegrinho, livrinho... ops, tontinho também!!

Amanhece então a quarta-feira, aquelas das cinzas, e não é que tudo parece mais cinza mesmo??! Voltamos à vida real, tiramos a fantasia, a máscara, caimos na realidade da nem sempre festiva vida, tentando entender: Que raio de dor de cabeça medonha é esta?? Quem é esta forma humana que está deitada ao meu lado nesta cama?? Aonde estou?? Quem sou??

Padre, perdoa-me pois pequei... pedimos, imploramos!

Viva Momo e sua côrte!! Nas cinzas eu deixei minha fantasia, e você?

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