quinta-feira, 30 de julho de 2009

VÍRUS, NO PLURAL

O povo brasileiro parece não mais desfrutar do que em outras épocas e também até pelo menos bem pouco tempo atrás era cantado em verso e prosa, a saber, o fato de sermos uma nação “deitada eternamente em berço esplêndido”.

Parece que acordamos nas tais margens plácidas aonde estávamos outrora para constatar que estamos cercados de por mais uma manifestação enfermiça de um novo tipo de vírus. E nós que nem bem demos conta da pólio, do sarampo, da rubéola e da dengue agora temos que enfrentar um que antes era suíno agora é A.

O tal bichinho microscópico parece ter gostado não somente do clima e calor humano típicos destas terras brasileiras, mas mais ainda da omissão e descaso com que as autoridades até bem pouco tempo atrás tratavam o assunto.

A confortável crença de que somos um país “abençoado por Deus” fez com que alguns tivessem a falsa impressão e sensação de que estamos imunes à manifestação em nosso território da presença do H1N1. Ele, o vírus, fez e tem feito direitinho sua tarefa de se disseminar onde os poderes responsáveis foram omissos ou, na melhor das hipóteses, imprevidentes.

Pagamos o preço desta letargia sanitária: doentes e mortos pelo vírus fazem as estatísticas se modificarem a cada novo relatório e as justificativas e explicações apresentadas não consolam os familiares vitimados pelos vírus. Sim, pelos, no plural. O vírus da gripe e os da omissão, imprevidência, e descaso; talvez estes mais letais que o primeiro.

Um comentário:

Unknown disse...

É verdade. E tem mais: infelizmente esta doença está contribuindo para afastar ainda mais as pessoas entre si.
Agora existe o medo de um aperto de mão, de um abraço, de um beijo.
Será que vai sobrar espaço para a compaixão e a ternura?