segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ANA & BIA - I

Enquanto aguardo o dia da mudança definitiva, me fiz hóspede no pensionato de Ana e Bia. Duas senhoras únicas, se é que você consegue me entender.

Ana diz que Bia, Bia diz que Ana, uma diz que a outra é louca e acaba sempre por trocar os pés pelas mãos, esta diz que aquela já apresenta fortes sinais de senilidade. Não sei não, mas acho que as duas são tão normais quanto muitos sãos que por aí estão.

Ana e Bia se revezam em cuidados com a mãe que, por causa de séria doença, perdeu-se em sua memória; seu corpo divide conosco a convivência no familiar pensionato de Ana e Bia, Bia e Ana.

Atualmente vivem em casa destas duas senhoras eu e mais três outros hóspedes.

Tenho conversado mais frequentemente com o homem que trabalha em um banco. Este é um rapaz gente fina, sempre bem humorado, ponderado em suas colocações; temos rido bastante enquanto dividimos o tempo sentados nos sofás da sala, vendo televisão juntamente com as irmãs-proprietárias.

O outro hóspede é um rapaz novinho, já cliente antigo das irmãs. Ele chega normalmente tarde da noite. Trabalha e estuda muito. Pouco falamos, pouco nos vemos, só nos apresentamos e nada mais.

O último hóspede é um fantasma. Instalado no quarto dos fundos, entra sempre pelo corredor lateral. De pouca interação, poucas palavras... vai ver é tímido! Nunca vi o figura, só ouço o som de seus passos e o som de portas batendo quando ele está na casa. É o próprio fantasma.

Dois amigos das irmãs sempre estão pela casa. O conselheiro-amigo, um jovem rapaz sério e bem estudado e uma morena sorridente.

Invariavelmente nos encontramos na sala, na frente da televisão e a prosa corre solta durante os intervalos comerciais das novelas, telejornais e horário político.

Esta próxima semana, minha última semana por aqui teremos novos colegas de casa. Tomara haja tempo suficiente para interação.

Agora só faltam 7 dias!

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