quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

RITO DE PASSAGEM

Hoje é o primeiro dia de um ano novo. O relógio ainda não completou seu primeiro ciclo de 24 horas. Passei, passamos mais um ano. Fomos do velho para o novo, do fim para o começo e como é de praxe, na passagem, cada um tem o seu modo, o seu jeito, o seu estilo de virar a página, de enterrar o ano-velho e comemorar a chegada do ano-novo.

Uns há que preferem o sossego do aconchego do lar para ali reunirem-se com seus familiares e amigos afim de celebrarem a festa da virada. Outros, entretanto, buscam o agito e a euforia das celebrações coletivas e, quer sozinhos ou acompanhados, também atravessam os últimos minutos do velho ano e vivenciam as primeiras horas do novo ano com muita energia, quer própria ou adquirida via ingestão de alguma bebida energética ou etílica.

Uns usam roupas, outros preferem não usá-las. Os que as utilizam dizem que é preciso e necessário que todo o modelo da indumentária escolhido para a hora da virada seja novo, novíssimo, de primeiro uso. Mas se por culpa da crise econômica ou outro motivo qualquer não puder assim ser – tudo de primeira mão – que pelo menos uma peça seja nova, novíssima e aí pouco importa se é a cueca, a calcinha, o sutiã, a bermuda, a camiseta, a calça, o vestido, a saia, o biquíni ou a sunga... tanto faz, mas que seja novo.

As cores, assim dizem alguns, exercem forte, fortíssima influência sobre a ‘energia’ do novo ano e também revelam o desejo, o intento, a intenção, a vontade, a esperança e a expectativa, singular ou plural, individual ou coletiva, armazenada no profundo da alma. Por certo este então é o motivo de termos sempre muito branco, azul, amarelo, vermelho e outros tantas cores, matizes e tons do mosaico multicolorido que se torna o aglomerado de pessoas, não importa o lugar.

Pronto. Todos reunidos. Inicia-se a contagem regressiva. Já é ano novo e entre abraços, beijos, apertos de mão, estourar de champanhe, cidras, espumantes, fogos de artifício, choros, risos e velas; permeia no ar um sentimento de fraternidade, de sincera amizade, de um querer-bem acima de qualquer possível diferença real ou imaginária – que bom seria se este sentir-se bem durasse o ano todo.

Há quem faça uma prece, quem pule ondas, quem acenda uma ou várias velas, quem faça uma oferenda ao seu santo de devoção, quem coma sete sementes de romã, quem guarde uma folha de louro, quem pule de um pé só, quem guarde a tampa da champanhe, quem derrame pipoca sobre o corpo, quem atire moedas para dentro de casa e quem ainda faça isso tudo e outras tantas superstições, crendices e mandingas afim de garantir que do além distante, caso não consiga por meu próprio esforço e vontade, possa vir ajuda afim de reafirmar a vontade quer na primeira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural de que a novo ano que já começou possa ser melhor do que o velho ano que passou.

A hora, a primeira, passou. As horas passam e agora quem foi além do limite nos brindes tenta encontrar o caminho de casa entre passos trôpegos. Talvez esta figura do celebrante etilicamente alterado seja a melhor metáfora para ilustrar nossa vontade de que tudo seja diferente, todo novo ano, ainda que tropecemos em nossas próprias pernas ou nas guias, nos degraus das calçadas da vida.

BEM VINDO 2009!

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada pela materia. Infelizmente as pessoas estão preocupada com asssuntos futeis. Não consegui ver ou entende a importancia de vigiar a propria saude. obrigada pelo trabalho eu gostei e compartilei com o meu perfil no facebook.