quarta-feira, 22 de outubro de 2008

HORÁRIO DE VERÃO

Esta semana, por força de lei, adiantei meu relógio em uma hora afim de ajudar o governo a cumprir suas metas energéticas, deslocando os picos de consumo (acho que é este o termo que os especialistas e técnicos utilizam para explicar o “fenômeno”) e desta forma economizando na geração de energia elétrica. Já eu, pelo menos durante todo o primeiro dia útil após o ajuste do meu relógio, a saber, a fatídica segunda-feira, que por tradição já não é um dos melhores dias para ajustes e acertos, também desloquei picos, mas não de consumo e sim de sono, letargia, morosidade e preguiça, muita preguiça.

Levantar da cama foi um suplício. Ir até o trabalho, quase um exercício penitencial pelas ruas desertas e quase sem movimento; um outro trabalhador passou por mim, tinha no rosto a expressão de quem havia dormido pouco, ou pelo menos, de quem gostaria de dormir somente uma horinha a mais, éramos dois nesta vontade.

A segunda-feira já havia anunciado na sexta-feira de que uma séria de guias, ajustes e acertos seriam realizados em suas oitos horas laborativas. Afim de concentrar-me nos números e contas e detalhes foi necessário um esforço ainda maior. A parte da manhã correu devagar, morosa, preguiçosa e eu idem. A hora do almoço veio e com ela o sono, o chamado da cama, do travesseiro mas atender a este chamamento seria inútil. Durante a tarde o sol demorou mais do que o habitual a baixar no horizonte e tudo e todos pareciam mais lentos ainda. Ao findar o dia só ouvia o chamado de minha cama. Estava um bagaço e tão logo quanto me foi possível fui repousar. Tentar ajustar meu relógio biológico às metas de economia de energia do governo.

O horário é de verão e o desconforto, com o perdão da palavra, dos infernos!

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