sexta-feira, 11 de abril de 2008

CRÔNICAS DA CIDADE - NO BUSÃO II

Já escrevi sobre o feito épico que é viajar nos coletivos por estes lados de cá. Hoje escreverei sobre uma outra faceta interessante: meus colegas nesta incrível odisséia.

Putz, grilo, que nhaca medonha é essa? Este foi o primeiro pensamento que veio à mente quando entrei no ônibus. Será que sou eu?? Rapidamente fiz o "check-up anti-nhaca" que consiste em verificar os níveis de: bafo do dragão, desodorante vencido, caquinha de cão na sola do sapato. Ufa! Todos estes índices foram negativos... então alguém me responda: Que budum é esse?

Rapidamente meus olhos rastrearam todo o ambiente em busca da fonte geradora de tão intenso, único e inusitado odor. Olho para a direita, esquerda... Tenho a sensação que todos os meus cinco sentidos estão em pleno funcionamento, usando o máximo de suas capacidades.

Nada!! Absolutamente nada. Não consigo captar a origem. Penso então que estou sentindo coisas; por certo devido a fome ou então sinal de início do processo de falência sensorial, afinal já não sou assim tãããão jovem.

Não consigo sossegar. Estou em pé perto de uma janela aberta, vento no rosto e lá vem o cheiro estranho de novo. Mais uma vez ativo os sensores em busca da origem. É então que olho para baixo e surpreendentemente eis que vejo um respeitável e tranquilo senhor sentando, sacola de mercado nas mãos e saindo dela posso vislumbrar com nitidez a cauda do almoço de páscoa: bacalhau!

Ri comigo mesmo; também rio, só que de mim, o senhor dono do peixe.

E fim da história.

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