segunda-feira, 21 de abril de 2008

PÓ NA CUECA

Já faz algum tempo que vi pela televisão o bazar que foi realizado com os pertences que um dia foram daquele traficante-revolucionário-bolivariano, Abadia. Tinha de tudo um muito, e muito mesmo.

E bazar você já sabe como é, meio liquidação, tudo a preço de banana inclusive a própria, se tiver. Pois foi no bazar ou pelo bazar que o supra-citado traficante-revolucionário-bolivariano viu seus mimos, pertences, tralhas, coisas, trecos, traquitanas e cuecas irem para as mãos de outros.

A classe média paulistana fez até fila para tentar arrematar alguma boa oportunidade de negócio. As reportagens sobre o evento, quase digno de coluna social, mostravam respeitáveis senhoras e senhores, homens e mulheres e algumas crianças tentando garimpar os ex-pertences do infrator... engraçado, vi senhoras procurando belos vestidos, senhores vendo simpáticas calças e jaquetas... mas e as cuecas?? Quem levou as cuecas do traficante??

Fico pensando no dia seguinte ao garimpo... festival de gente com alguma peça nova. O mulheril contando para as amigas que o sapato foi um achado em alguma loja exclusiva da nem tão exclusiva rua Oscar Freire; os homens brincando com algum eletroeletrônico, desfilando novo relógio. Em casa, a pobre coitada da Dona Matilde, a empregada sempre atenta, está assustada e nervosa com as novas utilidades domésticas.

Somos assim mesmo.... adoramos uma liquidação; amamos contar história!

Um comentário:

Anônimo disse...

As pessoas que compram cueca de traficante são as mesmas que compram picolé e jornal na porta do prédio da Isabella. A roda tem que girar...