sexta-feira, 17 de abril de 2009

MAS LIVRAI-NOS DO MAL I - INTRODUÇÃO

Mas o que raios afinal é esta tal de depressão?

Quando eu mesmo, já enfastiado de ouvir falar sobre depressão e no alto de minha auto-suficiência sobre o tema, achava que fosse o dito mal apenas pura e simplesmente um sentir-se triste demais; fui pego de surpresa. Assustado acordei do torpor em que estava sobre este assunto ao ter dentro de casa um familiar a padecer do triste mal do século, a saber: depressão.

Este texto é a expressão escrita do que tenho visto, analisado, trocado com poucos amigos e aprendido sobre esta tal de depressão.

A história começa mais ou menos assim...

Dores, calafrios, irritabilidade, apatia, euforia, enjôos, náuseas, insônia, foram estes alguns sinais, os primeiros talvez, de que alguma coisa não estava indo bem com ela. Nem todos estes supracitados sintomas aconteceram juntos ou seqüenciados. Ora um, ora outro, ora uns, ora outros, mas o fato é que eles eram indicativos claros de que um desequilíbrio químico estava acontecendo e não foi percebido nem por ela mesma, nem pelos familiares, nem pelos muitos médicos que foram consultados.

O quadro foi se agravando paulatinamente e, sem informação adequada, sempre havia um remédio – receitado por médico – para cada um dos sintomas afinal era só um: mal jeito na coluna, uma queda de pressão, um problema gástrico, um estresse por causa das mudanças (de casa e da separação dos filhos).

A constatação de que o quadro era de depressão veio depois da exclusão dos seguintes diagnósticos: infecção urinária, toxoplasmose, problemas agravados pela osteoporose – ah sim! Estes diagnósticos não foram dados pelos médicos após a tal da anamnese. A própria que, sempre era interrogada pelos médicos que perguntavam: “O que a senhora acha que tem?” Ora pois e eu que pensei que os médicos estudavam justamente para que eles respondessem esta pergunta, e não o paciente. Vai ver que de uns tempos pra cá algumas coisas mudaram nas faculdades de medicina.

Uma ginecologista apontou uma luz certeira: depressão química por hipotireoidismo! Bingo!! Enfim um profissional como antigamente, que sabe o que faz.

E faz exame. E não é que o tal hormônio está mesmo bem baixo. A médica estava certa no diagnóstico e no tratamento para repor o hormônio e na indicação de terapia... e foi aí que começou, de fato, a parte mais complexa da história que é conviver com quem tem depressão.

O primeiro passo é aceitar... (continua...)

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