domingo, 20 de janeiro de 2008

É TUDO VAIDADE...

Quer para espanto e horror de alguns ou para delírio e deleite de outros, temos mais uma edição televisionada, internetada e se é radio difundida eu não o sei, do tão propalado BBB, programa enlatado, socado pela goela abaixo do amigo telespectador.

Este dito sucesso (alguém por favor me ajude a definir o que é afinal sucesso!!) da televisão internacional parece ter ancorado profundamente em terras tupiniquins e suas mais diversas variantes pipocam na telinha. Enquanto os nativos fazem de um tudo para participarem e assistirem a este circo pseudo-expontâneo e natural, os cara-pálidas que importaram este vexame cultural fazem a festa diante da crescente alienação Big-Brodiana.

Os candidatos à arena são todos escolhidos a dedo; o pré-requisito fundamental deve ser a total e absoluta acefalia ou na impossibilidade desta, pouca ou nenhuma atividade cerebral condizente com alguém que se julgue ser inteligente. Corpos esculpidos são requeridos e ai o festival anatômico é quase digno de Michelangelo e suas fantásticas obras com uma ressalva importante: a obra Davi, para citar apenas uma de muitas, e seus neurônios magistralmente entalhados em mármore consegue atrair a atenção de mais pessoas do que nossos patéticos heróis confinados na masmorra de sonhos do BBB.

Personagens escolhidos é hora de começar o espetáculo.... que saudades de programas culturais como o Sítio do Pica Pau Amarelo dos anos 80 e tantos outros fomentadores da cultura nacional, tupiniquim mesmo, b-r-a-s-i-l-e-i-r-í-s-s-i-m-a !!

Expostos em todos os momentos, de todos os ângulos em todas as quase naturais circunstâncias de uma vida normal, os participantes juram lealdade, amizade, fidelidade uns aos outros. Mas o que se assiste é um festival do que há de mais baixo, medíocre, corrupto, vulgar e imoral. São traídos pela retórica vazia e oca, pela futilidade cultivada em anos e anos procurando e perseguindo o mesmo sonho comum: Fama! A cada nova prova, a cada saída se descortina diante das câmeras quão torpes, voláteis e efêmeras foram as promessas, as juras e os pactos de fidelidade que pouco tempo antes houveram estabelecidos.

E após a saída nada são, nada têm, entraram vazios e saíram mais vazios ainda. Seus momentos de fama, sucesso, visibilidade serão resumidos, quando muita sorte tiverem, a terem o estigma de serem somente um ou uma ex-BBB e nada mais, pelo resto de suas vidas. Outros contudo cairão no esquecimento coletivo e nada serão além deles mesmos, agora mais vazios ainda pois a fama e o sucesso são fugazes. Vem e vão muito rapidamente.

Muito mais fariam estes jogadores, corredores que correm em busca de vento, se ao invés de se digladiarem por um prêmio e reconhecimento fugazes, trabalhassem corpos e mentes com o mesmo afinco a fim de produzirem em primeiro lugar conhecimento para eles mesmos, falo de cultura, de algo útil, prático, que tenha aplicabilidade social, que ajude a formar e informar.

Muito mais faríamos nós em desligarmos a TV e lermos um bom livro, ouvirmos uma boa música, conversarmos com nossos amigos e família, prestarmos serviço comunitário... isso sim seria um verdadeiro Big Brother; este sim trará prêmios valiosos, importantes e satisfatórios. Sermos lembrados por um momento em que você e eu fomos úteis a alguém e não fúteis diante das câmeras de um programa qualquer.

Só digo mais uma coisa, aliás, não sou eu quem diz, o sábio Salomão assim escreveu a quase 3000 mil anos atrás: "É tudo vaidade, é correr atrás do vento..."

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